sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Assim, de repente, sou viciada em ...

Café e séries de televisão! Podia ser pior!

Café é provavelmente a minha bebida preferida (sem contar com a água). Bebo, pelo menos, 4 por dia e se não bebo fico com dores de cabeça. Um verdadeiro vício, portanto! Quanto às séries de televisão, não são propriamente um vício. São um prazer. Gosto de ver. Mas se não o fizer, não fico com dores de cabeça!

E agora com estas boxes maravilhosas que nos permitem andar para trás no tempo e ver o que, em tempo real, não conseguimos ver, a minha vida é bem mais tranquila! Já não é preciso fazer coisas à pressa, para não perder a série que quero mesmo ver. Já não é preciso negociar com os restantes membros da família para conseguir ver a série que quero mesmo ver (às vezes tinha que ceder). Já não é preciso rogar pragas porque as 2 séries que quero mesmo ver dão ao mesmo tempo em canais diferentes ou porque me distraí com as horas e a série que quero mesmo ver já vai a meio (e eu detesto começar a ver coisas a meio, ao contrário do meu excelentíssimo marido que não tem problema nenhum com isso)!

Vejo The Good Wife, Scandal, Chicago FireDowton AbbeyParenthood, Grey´s Anatomy. E tenho em lista de espera a terceira temporada completa de Homeland. Algumas vejo acompanhada, outras nem por isso, que os nossos gostos não coincidem totalmente!  

Na secção de comédia, a coisa é mais pacífica. Não perdemos How I met your mother, cujo último episódio de sempre será no dia 31 de Março. Começamos a ver About a Boy, que estreou a semana passada, uma série baseada no livro que, em 2002 deu origem ao filme com o mesmo nome protagonizado pelo Hugh Grant. E quando não há mais nada para ver ou quando queremos terminar a noite bem dispostos, vemos episódios avulso do Seinfeld, uma pérola da comédia televisiva americana dos anos noventa, que dá em episódio duplo, todos os dias, ao fim da noite. 


(Jerry Seinfeld nos anos 90 e actualmente)

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Uma viagem que quero fazer


Este país é imenso. Bastante maior do que o conjunto dos países da União Europeia. O Estado de Illinois sozinho é bastante maior do que Portugal! Por isso uma das coisas que muda radicalmente quando aqui se passa algum tempo é o conceito de distância e a nossa relação com ela. A escala é outra e temos que nos adaptar!

Normalmente viajar significa andar de avião, sob pena de termos de passar horas a fio, às vezes dias a fio, dentro do carro por estas auto-estradas fora até chegarmos ao nosso destino. Excepto, claro, se a viagem de carro for um fim em si mesmo. Nós (eu e o Rui) gostamos de viajar de carro. Infelizmente, os nossos filhos ainda não. E digo "ainda" na esperança de que um dia descubram que andar de carro pode ser mais do que um meio para chegarmos a qualquer lado.

Adoro visitar grandes cidades. Quero muito voltar a New York, Boston, Washington DC e San Francisco. Quero muito conhecer Los Angeles, Las Vegas, New Orleans e tantas outras cidades. Mas este país é tão rico em termos naturais, que vale a pena intercalar o turismo de cidade com este outro que nos leva a descobrir montanhas, desfiladeiros, vales, planícies, desertos, cataratas, vulcões, grutas, ilhas, rios, lagos, pântanos, e por aí fora.

Quando cá vivemos pela primeira vez, tivemos oportunidade de visitar algumas (poucas) das suas mais conhecidas maravilhas naturais. Fomos às Cataratas do Niágara (New York). Às Montanhas Rochosas no Colorado. Ao Yosemite Park na Califórnia. Ao Mount Rushmore no South Dakota. Qualquer um destes sítios me ficou na memória, apesar dos muitos anos que entretanto passaram (e de a minha ter o tamanho para aí de uma ervilha!).

Mas ficou tanto por ver! Há tantos sítios que quero visitar e conhecer. Um dos que está no topo dos meus destinos de sonho é o Grand Canyon! É uma viagem que quero muito fazer. Ainda pensámos fazê-la este ano, daqui a umas semanas, no Spring Break. Mas resolvemos adiar por uns tempos este plano, por causa do joelho do Rui que, nessa altura, ainda não estará totalmente recuperado. E esta é uma viagem em que convém estar fisicamente apto!

Acho que o que me atrai no Grand Canyon é a imensidão da paisagem. As cores. Os desfiladeiros gigantescos e íngremes. O serpentear do Rio Colorado a abrir caminho por entre aquelas rochas milenares. E a ideia de olhar para o horizonte e não ver nada para além disto. Normalmente, este tipo de paisagem traz-me paz. Ajuda-me a pôr as coisas em perspectiva, a relativizar. A perceber uma e outra vez que há tanto mundo para além do nosso mundo. 


Sei que não sou minimamente original. Todos os anos, cerca de 5 milhões de pessoas o visitam! Mas ainda assim, esta é uma viagem que quero fazer!







  


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O melhor filme animado de sempre!


É unânime cá em casa: O Toy Story é o melhor filme animado de todos os tempos! E é difícil, muito difícil, haver unanimidade cá em casa em relação ao que quer que seja. Mas ontem, ao almoço, enquanto lembrávamos, um a um, os filmes animados dos últimos 20 anos, ninguém teve dúvidas. Confesso que não vi alguns, que filmes animados não são propriamente o meu género preferido, mas dos que vi, e foram muitos, não tenho dúvidas: O Toy Story é o melhor! Todos eles. O primeiro (1995) e o segundo (1999) foram vistos até à exaustão em nossa casa. E mesmo assim era sempre com ternura que o via uma e outra vez. E ouvia "You've got a friend in me"!


Depois da retrospectiva que fizemos à hora do almoço, fui com o Miguel e a Matilde ver o The Lego Movie. Com alguma curiosidade, pois a fasquia estava alta. Uns dias antes o Nuno Markl afirmou na sua página do Facebook que “O filme Lego é capaz de ser a maior obra-prima da animação do pós Toy Story 3.” Mas assim que o filme acabou, ainda a sala estava às escuras, olhei para o Miguel e ambos dissemos em uníssono: O Toy Story é melhor!

Mas gostei do Lego. Não é possível não gostar. Um hino à criatividade, ao think out of the box. Excelentes diálogos, divertidos e perspicazes. Uma explosão de cor e movimento, do princípio ao fim. E pode ser que entusiasme os miúdos. Que os afaste, nem que seja momentaneamente, dos seus aparelhos electrónicos, para mergulharem nas suas velhas (ou novas) caixas de legos. Que os incentive a construir, a criar, os modelos que vêm nos livros de instruções e todos os que a sua imaginação conceber. Os hiper-críticos, os que vêm o copo sempre meio vazio, dirão que é um mega-anúncio à lego! So what?


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Forum week na Campus Middle School

Esta semana que agora acaba foi especial na escola da Matilde. Todos os anos, há uma semana em que as miúdas não têm as aulas normais e se dedicam exclusivamente a um tema, explorando-o nas suas várias vertentes. São formadas equipas verticais, ou seja, com elementos dos 3 anos de escolaridade que há na escola (6º, 7º e 8º) e é em grupo que todo o trabalho se desenvolve, culminando com a apresentação final de todos os projetos, na presença dos professores e dos pais.

Este ano o tema foi "planeamento urbano", o que permitiu às miúdas descobrir a arquitecta que há dentro de si! Cada grupo tinha que conceber e projectar uma pequena cidade, de forma faseada, o que implicava a tomada de uma série de decisões e a definição de prioridades. O trabalho incluiu um conjunto de palestras dadas por "especialistas na matéria" e uma viagem de estudo à biblioteca pública de Urbana, onde consultaram várias plantas da cidade. Tinham também planeado um passeio a pé pelo campus da Universidade para poderem ver diferentes tipos de edifícios e como cada um se integra no conjunto, mas o mau tempo dos últimos dias não o permitiu.

Hoje, fui ver a apresentação dos projectos. Muito criativos e coerentes. Todos demonstravam uma grande preocupação com o ambiente, o bem estar dos cidadãos e a estética.  Muito politicamente correctos!




(O grupo da Matilde: Lily, Maya, Matilde, Asa e Laura)



A Matilde adorou. Não só porque foi uma semana sem aulas, pelo menos sem as aulas normais e sem trabalhos de casa, mas também porque gostou muito do tema e do trabalho. A Matilde adora processos criativos e se os mesmos incluirem desenhar ou dançar, então o seu entusiasmo é garantido! 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Junk food? Não necessariamente...


Junk Food. É o que toda a gente pensa imediatamente quando se fala em comida americana! É verdade que os americanos a inventaram e que a consomem como ninguém. Está em todo o lado. Nos supermercados, nos restaurantes, nos centros comerciais, nos estádios, nas escolas, nas casas das pessoas. E assume todas as formas e feitios. Hamburgers, pizzas, tacos, burritos, hot dogs, e por aí fora. 

É barata, saborosa e não dá trabalho! Uma combinação (quase) perfeita, não fora o pequeno pormenor de ser do piorzinho que há para a saúde e a linha!   

Mas ingeri-la não é uma inevitabilidade! É perfeitamente possível comer bem e de forma saudável. Em casa e fora. A oferta é enorme e muito diversificada. Quase tudo o que precisamos para cozinhar encontramos nos hipermercados, nos supermercados internacionais, nas lojas gourmet, nos mercados de produtos biológicos. E claro, online. Aí, o céu é o limite!

Muitos dos melhores e mais famosos restaurantes são nos USA, principalmente em New York, onde há vários que aparecem sistematicamente nas listas dos “melhores restaurantes do mundo”. Mas não é preciso ir à grande cidade para se comer bem! Aqui em Urbana-Champaign há muitos restaurantes bastante razoáveis e para todos os gostos.
 
Mas é bastante mais caro. Comer de forma saudável nos USA é caro. Quer seja em casa ou fora. Na verdade, a comida, se formos criteriosos com o que comemos, é bastante mais cara aqui do que em Portugal, onde (ainda) se consegue o milagre de comer bem, bom e barato! Um trio imbatível!

Quando vivemos aqui pela primeira vez engordei uns bons kilos! Por várias razões. Porque não estava tão alerta para estas questões nutricionais. Porque não tinha tanto tempo, paciência e dinheiro para comprar e confeccionar comida "boa". E principalmente, porque não tinha uma Mafalda a buzinar-me ao ouvido e a refilar sempre que piso o risco! É verdade, nesta matéria, já aprendi muito com a minha filha grande. Que se interessa por estas coisas, que pesquisa e procura informação até à exaustão, que lê os rótulos de tudo e mais alguma coisa. Que sabe o que faz bem e o que faz mal, ainda que nem sempre ponha em prática as suas teorias! 

Por tudo isto, acho que desta vez vai ser diferente. Para já, não há nenhum sinalzinho de obesidade por estas bandas. Pelo menos não mais do que aquela que cá chegou no dia 1 de Agosto de 2013! Mas não podemos baixar a guarda! É tudo uma questão de disciplina e de controlo. De estabelecer regras e de, de vez em quando, abrir excepções, para saciar o desejo, que ninguém é de ferro!



terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Saldos, saldos, saldos

Esta foi a minha melhor compra nos saldos de Inverno 2013/2014:





Um casaco quentinho, quentinho, como se quer por estas bandas. Custava $ 225,00; Custou $ 54,00.  Ou seja € 39,50! Nem queria acreditar. Fui a medo até à Caixa a pensar que era engano. Mas não. Era o último e queriam ver-se livre dele! 

E quando o vesti a primeira vez e fui à rua é que me apercebi que o casaco de Inverno que andava a usar - o meu casaco de Inverno em Portugal nos últimos 2 anos - não era nada apropriado para o frio polar que se tem feito sentir por estas bandas. Agora, com o meu novo casaco, andar na rua passou a ter outro significado!

Mas ainda bem que esperei pelos saldos. Vale mesmo a pena!

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Um fim de semana cinéfilo

Começou na 6ª feira com Casablanca! Já o tinha visto antes, claro. Há muitos, muitos anos, nem sei quantos. Recordava-me apenas de fragmentos do filme e por isso não resisti quando vi que ia passar em sessão especial do Dia dos Namorados no Art Theater. 

Gostei muito. Uma combinação de suspense, drama, romance e comédia, num ambiente irresistível - 2ª Guerra Mundial, Casablanca, Nazis, Resistência Francesa, e o submundo da corrupção para obtenção dos almejados vistos que permitiriam a fuga para a América. Gostei do Humphrey Bogart e da Ingrid Bergman. Do ambiente no nightclub do Rick, da música e do pianista (Ilsa: Play it, Sam, play "As time goes by" / Rick: Sam, I thought I told you never to play that song again). Dos personagens secundários e ambientes estereotipados. Dos diálogos cínicos e divertidos. E do final heróico e romântico que, aquando da rodagem do filme, ficou em aberto até ao fim: Quem iria no avião com Ilsa rumo a Lisboa e à liberdade? Rick/Bogart é definitivamente um dos heróis românticos da sétima arte.




Continuou no Domingo com Philomena. Um filme que me deixou com um aperto no coração. É a história, baseada em factos reais, de uma católica irlandesa em busca do filho que, 50 anos antes, foi obrigada a dar para adopção pelas freiras do convento para onde foi enviada quando engravidou e onde teve a criança. Dito assim parece ser só mais um filme sobre uma história já muitas vezes contada. Mas, na verdade, é mais do que isso. Na sua busca pelo filho perdido, Philomena é ajudada por Martin Sixsmith, antigo jornalista da BBC, que depois de passar pelo governo de Tony Blair, é forçado a escrever "human interest stories" para ganhar a vida e, apesar da resistência inicial, acaba por se interessar pela sua história.

E é na relação entre os dois que a história se transforma num grande filme. Uma relação de contrastes, pelo fosso social, económico e cultural que existe entre os dois. De choque por ele, ateu convicto, não entender a enorme fé em Deus de Philomena mesmo depois do tratamento desumano que sofreu às mãos da igreja. Mas também de ternura e cumplicidade na longa viagem que fazem juntos para tentar desvendar o mistério do desaparecimento da criança.

Gostei muito. Não é um filme que nos deixe indiferentes. A mim deixou-me angustiada perante o drama maior que é a perda de um filho, neste caso maior ainda pelos anos e anos de incerteza sobre o que lhe teria acontecido. Deixou-me revoltada por mais uma história que nos lembra uma e outra vez o que de pior há na natureza humana. E deixou-me com a certeza redobrada de que em mim não reside a capacidade de perdão tão cara aos católicos. Eu não perdoaria! Infelizmente, eu sei que não perdoaria.  


sábado, 15 de fevereiro de 2014

Red, white and blue

Terminadas que estão as temporadas de futebol do Miguel e de voleibol da Matilde acho que posso afirmar, com algum rigor científico, que já me levantei mais vezes para ouvir o hino americano do que o português!

Não há recinto desportivo neste país, por mais pequeno e informal que seja, que não tenha a bandeira americana hasteada. E não há evento desportivo neste país, quer seja profissional, escolar ou amador, que não comece com o hino americano. E com todas as pessoas presentes de pé, viradas para a bandeira, muitas delas de mão ao peito e a cantar o hino. 

A intensidade com que os americanos, muitos americanos, veneram a bandeira e o hino é algo que me fascina! E os eventos desportivos são sempre um palco privilegiado para demostrarem o seu afecto e devoção pelos seus símbolos nacionais. E não é sequer preciso que estejam a defrontar equipas estrangeiras, basta um qualquer jogo local para vir imediatamente ao de cima o seu fervor patriótico! 

Agora imaginem o que acontece quando o palco é o mundo, como é o caso dos Jogos Olímpicos. Tenho visto na televisão os resumos diários dos Jogos Olímpicos de Inverno, pelo que as minhas noites terminam invariavelmente com uma overdose de red, white and blue!

Apesar de os desportos de inverno não me dizerem grande coisa não resisto ao espírito olímpico. Adoro! Lembro-me sempre das férias de Verão da minha infância e adolescência em anos de Jogos Olímpicos. Horas e horas deitada no sofá a ver a ginástica, a natação, o atletismo, o que fosse. Os primeiros de que me lembro foram os de Montreal, no Canadá, em 1976!

Aqui os Jogos Olímpicos, até os de Inverno, são sempre vividos com grande euforia e emoção. Também não admira, há (quase) sempre um americano (ou mais) a competir pela medalha de ouro! E confesso que é um bocadinho difícil resistir e, por vezes, lá dou por mim a torcer pelo Team USA!




quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Casas

Tenho saudades da minha antiga casa. A casa que comprámos, reconstruímos e que julgávamos que ia ser a nossa casa por muitos anos, até ficarmos velhos e termos que a vender para comprar um apartamento porque já não conseguiamos subir e descer as escadas! Agora é a casa de outra família. Espero que goste de lá viver tanto como nós gostámos!






Gosto da casa em que estamos a viver. É bonita e acolhedora. Tem personalidade. Sentimo-nos bem aqui. Mas não é a nossa casa. É a casa de outra família. Estas coisas não são as minhas coisas. Se fosse nossa, se calhar mudaria algumas coisas. De certeza que mudaria algumas coisas!






Estamos à procura da nossa nova casa. Sei que queremos continuar a viver no bairro onde vivemos agora, mas ainda não encontrámos a casa onde gostariamos de viver. Na verdade, vi uma de que gostei muito, mas não era suficientemente grande para uma família de 5. Nesta zona, as casas são todas antigas (de meados do século passado). Algumas estão bastante bem conservadas. Outras nem por isso. Umas são muito bonitas, outras são horrorosas! É preciso ter paciência e procurar. Aqui há sempre uma enorme mobilidade. As pessoas mudam de emprego, de cidade, de Estado. Umas vão, outras vêm e por isso há sempre muitas casas à venda, principalmente na Primavera, a época alta das transacções imobiliárias. Mas é preciso estar muito atento, pois as melhores casas estão no mercado 1 ou 2 semanas. E pronto, já eram! Quando houver novidades, conto!