domingo, 25 de outubro de 2015

It was a hell of a ride!

Ontem o Miguel jogou o seu último jogo de futebol na Urbana High School. Perderam o jogo e, por isso, não avançaram para a fase seguinte. Foi um jogo muito disputado, muito emotivo, contra uma equipa rival de longa data. Jogaram muito bem, foram de longe os melhores em campo, mas infelizmente não conseguiram ganhar o jogo, que acabou por ser decidido nos penalties. O Miguel jogou muito bem e foi mais uma vez um dos pilares da equipa. Aquele jogador do meio campo por onde quase todas as jogadas passam, que defende quando a equipa defende e ataca quando a equipa ataca.

Correu muito, disputou todas as bolas, caiu muitas vezes, saiu uma vez do campo a coxear, com caimbras, mas voltou logo de seguida, foi um dos marcadores dos penalties. Esteve bem, mas infelizmente 2 dos seus colegas falharam. Quando, no final do jogo, o vi a sair do campo triste, exausto e com os olhos marejados de lágrimas, senti um aperto no coração e, ao mesmo tempo, um orgulho imenso. De facto não há nada como o desporto para te fazer sentir parte de algo maior! 

Vê-lo jogar futebol este ano foi um prazer enorme. Foi titular em todos os jogos, um dos capitães da equipa. Arrisco dizer que fazer parte desta equipa durante 3 anos, o fez crescer, física e mentalmente, como nunca antes. Foi nesta equipa que fez os seus primeiros amigos em Urbana, com quem compartilhou muitas horas de treino, muitas viagens de autocarro, muitos "gritos de guerra", muitos momentos de alegria, de tristeza, de tensão, de desilusão, de disparate. Ontem perderam, e por momentos isso pareceu ser a coisa mais importante do mundo. Mas hoje, depois de uma boa noite de sono, mas ainda a sentir os efeitos da ressaca, olho para trás e só vejo vitórias!

Agora é descansar, deixar passar o Inverno e aguardar pela chegada da Primavera e pela temporada de Ténis. GO TIGERS!!!




sábado, 17 de outubro de 2015

Sexta-feira é dia de jantar fora

Ontem tivemos uma jantarada com amigos. Na verdade, cá de casa fui só eu e o Miguel, que o Rui está em Memphis até amanhã, a Mafalda não quis ir a a Matilde foi jantar a casa de uma amiga. Sem grandes combinações, mas porque à Sexta-feira dá mesmo vontade de sair para jantar com amigos, acabou por se juntar um grupo engraçado  - portugueses, catalães, brasileiros, suecos e americanos. Uma grande caldeirada. Nestes momentos, mais cedo ou mais tarde, acabamos (quase) sempre a falar da nossa vida por estas bandas. O que nos trouxe até cá e principalmente o que nos faz por cá ficar. 

Um dos casais, ela sueca e ele americano, estão cá há 16 anos. Vieram por 2 anos e ainda cá estão. Os nossos amigos catalães vieram por 4 meses e já vão a caminho do quarto ano. O brasileiro veio no Verão com os 2 filhos adolescentes, por 1 ano como professor convidado, e já está a ver se consegue prolongar a estadia, pois os filhos estão a gostar bastante de cá viver. A verdade é que é muito fácil viver em Urbana-Champaign. Não é certamente o sítio mais interessante do mundo, mas vive-se bem no dia-a-dia. 

O custo de vida é baixo, comparado com outros sítios nos USA. As escolas são boas. A Universidade é enorme, o que proporciona aos que lá trabalham (quase todos os que conhecemos...) boas oportunidades de realização profissional. Não há trânsito, nem poluição. Há muito espaço, muitas árvores e muitos jardins. É verdade que falta vida cultural, vida nocturna, sente-se falta do cosmopolitanismo a que estávamos habituados, o que muitas vezes nos leva a perguntar porque raio nos viemos enfiar neste buraco, mas a verdade é que no dia-a-dia acabamos por valorizar mais o facto de não haver trânsito, do que o facto de não haver bares abertos até às 4 da manhã! Será da idade? 

sábado, 10 de outubro de 2015

No rescaldo das eleições

Nao votei nas eleições do Domingo passado, que ainda fazem ferver o país ... Digamos que o processo de voto dos emigrantes não é user friendly. No meu caso, teria que ir pessoalmente ao Consulado Português mais próximo - na costa Leste - proceder ao recenseamento eleitoral, o que (ainda) não fiz.

Mas acompanhei minimamente a campanha e a noite eleitoral. Com espanto e estupefacção. Como é possível? Na verdade, nem sei bem porque me espantei, afinal de contas somos o país que elegeu 2 vezes o Cavaco para Presidente, isto depois de a criatura ter sido Primeir0-Ministro durante 8 anos. Mas enfim ... É o sistema democrático a funcionar e a culpa é de quem deveria ter feito mais, ou melhor, ou diferente, e não fez. 

Passando à frente, que o propósito deste post não era dar para baixo, mas sim salientar um facto que acho muito positivo na realidade portuguesa (em comparação por exemplo com a realidade americana) e que, mais uma vez, se confirmou, e reforçou, nestas eleições. A existência na Assembleia da República de vários partidos mais pequenos, que não estando (a maior parte das vezes) no "arco da governação",  têm um papel fundamental de controlo e vigilância dos governantes. Vezes sem conta, são os partidos "pequenos", no hemiciclo ou nas comissões, que falam das coisas, que fazem perguntas, que não deixam escapar os assuntos mais controversos, aqueles que, por esta ou aquela razão, os partidos do centrão preferiam que caíssem no esquecimento.

Por isto, para mim, desde há algum tempo a esta parte que o verdadeiro "voto útil" não é o voto ao centro, que umas vezes faz tombar a coisa para o lado do PS, outras para o lado do PSD, mas sim o voto que nos permite continuar a ter diversidade ideológica no Parlamento. Eu agradeço que lá estejam, mesmo aqueles com quem não me identifico minimamente e que, muitas vezes, dizem coisas que me deixam com os cabelos em pé!