quinta-feira, 28 de maio de 2015

Whiplash

Será que vale a pena sermos puxados até ao limite, para que todas as nossas potencialidades e capacidades se desenvolvam? Para podermos ser "the best we can be" ou até mesmo "the greatest of all times"? (Porque será que algumas palavras ou frases ficam muito melhor em inglês? Mas tenho que ter cuidado ou o meu amigo B. não volta mais aqui!) Para alguns certamente que sim. Não quereriam viver de outra maneira. Sentir-se-iam vazios, sem rumo ou objectivos. Para outros, seria um pesadelo. Uma violência física e psicológica insuportável.

O filme é muito bom. Intenso, dramático. Uma realização e actuações soberbas. Vi-o há 2 noites atrás e, a seguir, tive muita dificuldade em conciliar o sono. Na manhã seguinte, senti-me cansada, física e psicologicamente, com cenas do filme sempre a assaltarem os meus pensamentos. É definitivamente um daqueles filmes que não vimos de forma casual ou indiferente. Pura adrenalina.







segunda-feira, 25 de maio de 2015

Querido, estou a mudar a casa

Em terra de Invernos rigorosos, assim que chega a Primavera é ver esta gente na rua, a jardinar, a construir, a remodelar. A concretizar os planos e os projectos que germinaram e tomaram forma nos longos meses de Inverno. A mim não me apanham o dia todo no jardim, de rabo no ar, a tirar ervas ou a plantar florinhas. Não consigo, ao fim de 10 minutos estou farta, começo a pensar que não quero passar o meu fim de dia ou o meu fim de semana naquilo e desisto. E muito menos me apanham de martelo ou black & decker, que a minha inabilidade para a bricolage é total e inata.

Mas temos um jardim grande e uma casa antiga, pelo que temos mesmo que investir na sua manutenção, se queremos que ela resista às vicissitudes do tempo. Este ano, o nosso primeiro ano, tivemos que refazer parte da canalização do esgoto (felizmente só a parte que fica no exterior da casa), que estava a entupir com demasiada frequência. Os entendidos dizem que é normal, que a canalização era antiga e que, mais tarde ou mais cedo, seria preciso intervir. A minha teoria é a de que apesar de antiga, nunca esta casa e as suas canalizações tinham tido tanto uso. Cinco alminhas e os seus inúmeros convidados é gente demais para uma só canalização!

E em marcha (lenta) estão mais 2 projectos: refazer o jardim e substituir o chão do nosso Sun Room, para que finalmente lhes possamos dar uso. Mas não é fácil. Só as medições, orçamentos e escolha de materiais levam uma eternidade. Já passou mais de 1 mês e ainda não se vê nada feito. Este pessoal da construção é a mesma coisa em todo o lado, parece que não querem/não precisam de ganhar dinheiro! Há excepções, eu sei, mas a nós só tem calhado a regra!

No jardim, a nossa máxima é "keep it simple", que eu não gosto de jardinar e o meu excelentíssimo marido não tem tempo para estas minudências. Relva por todo o lado (que é relativamente barato pagar a quem a venha cortar) e alguns arbustos, de preferência daqueles que não morrem, mesmo que os tentem matar! No Sun Room optámos por pôr madeira, igual à do resto da casa, que nada se assemelha a um bonito soalho de madeira.

Aqui ficam algumas fotos do "antes":

 (Alcatifa tão linda cheia de nódoas!)

 (O jardim da frente, com os vestígios da reparação do esgoto)

 (O matagal da traseira)

(A cerca que vamos remover)

Daqui a umas semanas (quiçá meses), mostro as fotos do "depois". No entretanto, é rezar a todos os santinhos para que a coisa corra menos mal. Nada como manter as expectativas baixas ... 

sábado, 16 de maio de 2015

Movie update - o que vi e revi nos últimos tempos

Os últimos tempos têm sido cinematograficamente ricos e diversificados. Na última sessão das nossas movie nights, há já umas boas semanas atrás, (re)vimos O Veredicto, com o Paul Newman (1982). E na próxima semana, se tudo correr como planeado, vamos (re)ver 2001 - Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick (1968). Filmes antigos, que não via há muitos, muitos anos. Tantos, que podia fazer esta conta em décadas. Qualquer um deles dispensa apresentações, pelo que me resta dizer que tem sido muito bom este regresso ao passado. E sem que o tivéssemos combinado, tem sido isso que temos feito nas nossas movie nights. Rever filmes antigos que, o passar do tempo, não ofusca, nem desactualiza (agora, ando com vontade de rever Os Amigos de Alex, que me faz sempre, sempre, lembrar o meu amigo J).




Infelizmente, as nossas movie nights estão prestes a ser suspensas por 3 meses, já que a maior parte deste pessoal é professor universitário e, como tal, só volta a estar disponível a partir de meados de Agosto. Não têm 3 meses de férias (dizem eles...), mas aproveitam o Verão para ir trabalhar (ou não) para outras paragens. E é vê-los partir, uns agora, outros mais tarde, incluindo o meu excelentíssimo marido que foi o primeiro a ir, claro! 

Na televisão, o acaso levou-me a ver Silver Linings Playbook (não sei o nome em português). Estava com o Miguel a fazer zapping pelo Netflix e fomos atraídos pelo elenco - Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Robert de Niro. E gostei tanto do filme! Uma história cheia de pormenores e personagens deliciosos, um excelente conjunto de actores, e uma banda sonora que foi a cereja no topo do bolo. Tenho ouvido "Girl from the North Country" em repeat! Pat (Bradley Cooper), acabado de sair de uma instituição psiquiátrica e ainda em recuperação, volta para casa dos pais e vive obcecado em reconquistar a ex-mulher. Acaba por se cruzar com Tiffany, uma jovem viúva, com um lado negro e meio maluco, que (obviamente) acaba por o salvar (logo ela!) das suas obsessões e desequilíbrios. À sua volta, gira o pai (Robert de Niro) um viciado no jogo e nas apostas desportivas e o seu amigo de longa data; a mãe, uma mulher sábia, perspicaz e discreta, o pilar de normalidade no ambiente disfuncional da casa; e Danny, amigo que Pat conheceu no hospital em que ambos estavam internados. Muito bom. Se alguma vez ao fazerem zapping, se cruzarem com ele, parem imediatamente e carreguem no Play!




Ainda na televisão, revimos Argo, o filme de e com o Ben Affleck, que conta a história (baseada em factos reais) do resgate de 6 funcionários da embaixada americana no Irão, que aquando da sua invasão em 1979 por apoiantes da revolução iraniana, conseguiram fugir e refugiar-se na embaixada do Canadá, em Teerão (os restantes 66 funcionários da embaixada estiveram reféns durante 444 dias). Para levar a efeito o resgate, um funcionário do CIA conseguiu entrar no Irão, fingindo ser um produtor de cinema de Hollywood, em busca do cenário ideal para o seu próximo filme de ficção científica, e sair do país a bordo de um avião da SwissAir com os 6 americanos, que com passaportes falsos (emitidos pelas autoridades Canadianas) fingiram fazer parte da equipa de produção. Esta história mirabolante foi mantida secreta durante 18 anos, para proteger os interesss diplomáticos canadianos.  



No cinema, o último filme que vimos foi While we were young, um filme engraçado, que conta a historia de um casal quarentão (Ben Stiller e Naomi Watts), nova-iorquino, bem sucedido, sem filhos, aparentemente com nada de que se queixar, mas que quando conhecem e se tornam amigos de um casal mais jovem e alternativo, começam a questionar a sua própria vida (way of life), e tudo aquilo que, com a idade, foram deixando de fazer. E é com uma pontinha de constrangimento que nós, quarentões (quase cinquentões) assistimos à sua tentativa, ingénua e claramente tardia, de mudar de vida e refazer as suas prioridades. O enredo propriamente dito não é brilhante e, quase no final, tem um twist que não se percebe muito bem, mas, tudo ponderado, foram 2 horas bem passadas.


domingo, 10 de maio de 2015

Dia da Mãe (nos USA é hoje)

Fui uma sortuda! Quando olho para trás e revejo a minha infância e adolescência, percebo que tive a sorte imensa de ter uma mãe muito fixe. Muito presente, mas não intrometida.  Tolerante e permissiva q.b. Que nos deixou viver sem impor demasiadas regras, sem manifestações de autoritarismo gratuito, com uma liberdade supervisionada! Uma mãe que nos deixava brincar na rua até anoitecer, que deixava a miudagem toda vir brincar para o nosso jardim, onde havia o único baloiço das redondezas, que não me chateava quando, em adolescente, passava tardes inteiras deitada no sofá a ler ou a ver televisão.

Uma mãe bonita, elegante, que vestia calças à boca de sino, usava sapatos de salto alto e pintava as unhas de vermelho! Uma mãe que tirou o seu curso e sempre trabalhou fora de casa, o que, por incrível que pareça hoje, não era assim tão frequente. Lembro-me bem que a  maioria das mães dos meus colegas da escola primária estavam em casa. 

É verdade, que em muitos aspectos ela teve a vida facilitada. Como sempre vivemos com os meus avós maternos, cabia em grande parte à minha avó, que estava em casa todo o dia, todos os dias, fazer as tarefas domésticas e também o papel de má da fita. Era ela a resmungona, a mandona, a que ralhava e nos impunha limites e dizia "não", fazendo da chegada da minha mãe a casa um dos momentos mais aguardados e desejados do dia.  

Tive a sorte de ter uma mãe que, em muitos aspectos, esteve à frente do seu tempo. Uma verdadeira percursora! Há 30/40 anos atrás, quando ainda (quase) ninguém falava de nutrição, de ecologia, do ambiente, já ela sabia e punha em prática muitas das ideias que hoje damos por assentes. Comer de forma saudável, reciclar, reutilizar. Sempre o fez, não porque estava/está na moda, mas por convicção. É sempre a minha/nossa referência.




Sei que não lhe tenho facilitado a vida. Tem havido muitas despedidas, mais do que ela gostaria. Mas a seguir a uma despedida, vem sempre um regresso, e assim continuará sempre, pois a Bencanta será sempre o meu porto seguro. E é tão mais fácil seguir em frente quando sabemos que podemos sempre voltar para trás. Feliz dia da mãe para a minha mãe, para a minha irmã e para todas as minhas amigas!


sexta-feira, 8 de maio de 2015

On my way to work

Tudo é tão mais bonito na Primavera! Infelizmente, dura muito pouco tempo. Parece que cada vez mais só há 2 estações: Verão e Inverno. Nestes últimos dias, as temperaturas já subiram bastante. Ainda estamos na Primavera, mas já começa a cheirar a Verão! Aqui vos deixo algumas fotos do meu percurso diário casa-trabalho, que fui tirando ao longo dos últimos dias. Foram todas tiradas de dentro do carro, na berma da estrada. Para que não restem dúvidas de que vivemos mesmo no campo!










segunda-feira, 4 de maio de 2015

West Delaware Avenue

Acho que esta é a rua mais bonita em que já vivi!  




 (Em frente à minha casa, olhando para a direita)

(Em frente à minha casa, olhando para a esquerda)


(Um pouco mais à frente)



(Quase no fim da rua) 

(Ao fundo da rua - Blair Park)

A maior parte destas fotos foram tiradas no fim de semana, que foi muito radioso. Hoje acordámos com chuva e trovoada, o que tem o condão de tornar o verde ainda mais verde! Mas nem tudo é perfeito. Idílico. O nosso jardim continua uma desgraça, facto subtilmente ausente das primeiras fotografias. E porque vivemos muito próximo da Universidade e dos seus campos agrícolas e pocilgas/estábulos às vezes o cheiro é ligeiramente incomodativo. Mas fora isso, está-se bem!