sábado, 30 de abril de 2016

Prom

Com 3 filhos finalistas - na Universidade, High School e Middle School - este mês de Maio que se avizinha vai ser recheado de cerimónias e festas de graduação, uma tradição muito americana, que as escolas se orgulham em manter. Primeiro, será a Mafalda em meados de Maio, com direito a 3 cerimónias - a geral da Universidade e as específicas de cada um dos 2 Majors que está a fazer.  Depois será a da Matilde e por fim a da High School lá mais para o fim do mês.

Entretanto, para dar início à temporada decorreu há 2 semanas a Prom na High School, uma espécie de baile de gala, a que o Miguel este ano não quis faltar. Foi vestido a rigor, como manda o protocolo, acompanhado de alguns amigos e da amiga especial! 








sábado, 23 de abril de 2016

A caminho dos ... jogos olímpicos!

Aproximam-se os jogos olímpicos do Rio de Janeiro e, como sempre, recordo as minhas maratonas de infância/adolescência a ver os jogos na televisão, deitada no sofá horas a fio. As minhas modalidades preferidas eram a ginástica, natação e atletismo, mas basicamente via tudo o que passasse na televisão! 

Os primeiros jogos de que tenho memória são os de Montreal em 1976, tinha eu 10 anos. A grande estrela desses jogos foi a ginasta romena, Nadia Comaneci, que deve ter levado tudo quanto era menina/adolescente a sonhar com a glória olímpica! Nadia foi a  primeira ginasta a conseguir a nota perfeita de 10 na modalidade, tendo naqueles jogos conseguido a proeza várias vezes. Segundo a Wikipédia, que disto não tenho memória, a "nota teve que ser apresentada nos placares electrónicos do ginásio como 1.00, pois até então os placares da ginástica não eram fabricados com dois dígitos antes da divisão da fração, já que a nota 10 era considerada impossível"!

Lembro-me também muito bem dos jogos de 1980 em Moscovo e dos de 1984 em Los Angeles, os últimos que vi de forma intensiva! Ambos ficaram marcados pelos boicotes da Guerra Fria, que arruinaram os sonhos de muitos jovens atletas. O treinador do Miguel de futebol na High School, Coach Blackman, fez parte da equipa olímpica americana de 1980, na modalidade de wrestling, e não foi aos jogos por causa do boicote. De 1984 a imagem que ficou, claro, foi a do Carlos Lopes a entrar no estádio a caminho do ouro na maratona. Acho que não há português com mais de 40 anos que não se lembre desse momento e, depois, de o ver no pódio de medalha ao peito a ouvir o hino nacional!

Mas voltando à razão de ser deste post ... aproximam-se a passos largos os jogos do Rio de Janeiro, que serão, com toda a certeza, muito especiais para os nossos amigos Guida e Miguel Abreu (padrinhos da Matilde). O seu filho Diogo qualificou-se há uns dias atrás para os jogos olímpicos, na modalidade de trampolim. Um orgulho! Parabéns, Diogo! Vamos estar todos a torcer por ti. 

terça-feira, 19 de abril de 2016

A caminho de ... Harvard!

Foi uma escolha muito difícil, tomada no último dia do prazo! Reduzir a pool a Harvard e Stanford foi fácil, muito fácil, já que são, sem dúvida nenhuma, os 2 melhores programas de Doutoramento na área da Ciência Política que lhe interessa. Mas escolher um deles, foi muito difícil.

Há cerca de 2 semanas atrás, foi visitar os 2 Departamentos, primeiro Harvard, depois Stanford (de caminho visitou também Berkeley, já que é relativamente perto de Stanford). Foram 10 dias on the road! A minha esperança era que as visitas ajudassem, que a empatia por um sítio fosse claramente superior ao outro, mas isso não aconteceu. Em ambos os sítios conheceu pessoas que a fascinaram e inspiraram e com quem se imaginou a trabalhar nos próximos anos. Voltou para casa com o mesmo dilema com que tinha saído.

Se o nível dos programas é muito semelhante, (quase) tudo o resto divide estes 2 locais, havendo pontos positivos e negativos em cada um deles. 
Harvard fica na Costa Leste, em Cambridge, Massachusets, na margem do rio Charles, mesmo em frente a Boston, uma das cidades mais interessantes dos Estados Unidos. Stanford fica na Costa Oeste, no norte da Califórnia, em Palo Alto, uma "aldeia" a 45 minutos de São Francisco, que pouco mas tem do que a Universidade. Harvard fica mais perto de Urbana-Champaign e de Portugal (há voos directos Boston-Lisboa todo o ano). A California fica muito longe de tudo. Mas em Harvard, no Inverno, neva e faz frio. Em Palo Alto, é Primavera/Verão todo o ano. 


Localização versus clima: um ponto a favor de Harvard em termos de localização e um a favor de Stanford em termos de clima! No fim, o prato da balança pendeu a favor de Harvard, mas podia perfeitamente ter sido the other way around. Eu fiquei contente, confesso, pois estava a torcer pela Costa Leste. É mais fácil e barato ir visitá-la!


Em termos de empregabilidade (placement, como aqui dizem), um factor importante nos tempos que correm, ambos os programas são muito bons, conseguindo colocar os seus graduados (que querem seguir a carreira académica) nas melhores Universidades. Curiosamente, um Professor de Harvard até lhe disse, meio a brincar, quando soube que ela estava indecisa entre os 2 Programas, que se ela quer mesmo ir para a Califórnia, o melhor era ir para Harvard, já que muito frequentemente, os melhores Doutorados de Harvard são contratados por Stanford logo após concluírem o Doutoramento, mas o inverso não acontece tão frequentemente!


Tenho a certeza que nos próximos anos vão haver momentos menos bons em que ela se vai arrepender de ter feito esta opção (what if ...), quanto mais não seja no pico do Inverno, quando estiverem temperaturas negativas na Costa Leste e um sol radioso na Califórnia, mas a vida é feita de escolhas, e tenho a certeza que esta é uma com que ela vai conseguir viver muito bem!

sábado, 16 de abril de 2016

Filmes que não me deixam dormir

As minhas 2 últimas experiências cinematográficas foram fortes e deixaram marcas, daquelas que incomodam e que teimam em voltar, que nos deixam a pensar e que não nos deixam dormir. 

No fim de semana passado, vimos no cinema o filme Eyes in the Sky, um filme inglês (com a Helen Mirren, Aaron Paul e Alan Rickman) sobre a guerra do Século XXI, contra o terrorismo, com drones, vigilância aérea, e os inevitáveis danos colaterais. A acção decorre em Nairobi e tem como objectivo capturar uns proeminentes extremistas islâmicos, que preparavam um duplo atentado suicida, mas em plena malha urbana, os danos colaterais de um bombardeamento através de drones (conduzido a partir de uma base aérea nos Estados Unidos) são inevitáveis, colocando os militares e políticos responsáveis pelo ataque num terrível dilema ético (45% nunca mais terá o mesmo significado). Pela minha parte, agradeço profundamente não ter que tomar tais decisões no meu dia a dia de trabalho, porque aí é que não dormia mesmo!
 











Uns dias depois tivemos uma movie night em casa dos nossos amigos catalães e vimos Eastern Promises, um filme de 2007, com o incrível Viggo Mortensen e a linda, linda Naomi Watts. A acção decorre em Londres, no seio da máfia russa, e dos seus negócios ilegais, que incluem o tráfico de mulheres e prostituição. As cenas iniciais são brutais, e deixam-nos imediatamente num estado de alerta, que não mais nos larga até quase ao fim do filme. Naomi Watts é uma jovem enfermeira, inglesa de ascendência russa, que assiste a um parto em que uma adolescente russa, acaba por morrer ao dar à luz uma criança. Com a criança órfã nos braços, descobre entre as coisa da mãe, um diário, escrito em russo, que a vai fazer mergulhar no submundo da máfia russa londrina em busca de familiares a quem pudesse entregar a criança. Viggo Mortensen faz o papel de fiel motorista/guarda-costas do execrável filho do execrável patriarca russo, uma figura misteriosa, que terá um papel central e surpreendente no desenrolar da história. E mais não digo, para não estragar os planos de quem, depois de tudo isto, ainda tiver coragem de ir ver o filme!



segunda-feira, 11 de abril de 2016

O jantar

Desde que existimos como família que (regra geral) esta é a única refeição do dia em que nos sentamos todos à mesa, ao mesmo tempo. Parece pouco. Num mundo ideal partilharíamos mais refeições com os nossos, mas na verdade, sempre que olho à minha volta, fico com a sensação que fazemos mais do que muitas famílias, seja porque não é possível ou conveniente, seja porque simplesmente não o valorizam ou cultivam.

Desde a nossa primeira casa que todos têm o seu lugar específico à mesa, que não muda, excepto por motivo de força maior, como seja termos convidados para jantar. Nas 3 últimas casas - Restelo, Vermont Ave e Delaware Ave - porque já todos eram suficientemente crescidos para terem voto na matéria, a escolha do lugar à mesa foi activamente discutida e até negociada pelos meus filhos, cientes da importância da decisão!


Regra geral, os nossos jantares são animados e barulhentos, ou não houvessem aqui várias costelas "Pratas Jorge", como gosta de dizer o meu excelentíssimo marido! Seja futebol, política, economia ou simplesmente o dia a dia de cada um, há sempre motivo para conversa. Na verdade, muitas vezes, são animados demais, a roçar a discussão acesa, normalmente entre o Rui e a Mafalda, cujas opiniões e temperamentos fortes,  os levam ao limite e ao confronto com demasiada facilidade. 


Não há televisão na nossa sala de jantar, nem sequer ângulo para ver a que está na sala de estar. E não são permitidos computadores, ipads ou telemóveis à mesa, apesar de estarem todos à mão de semear e serem muitas vezes permitidas consultas para esclarecer um qualquer facto objecto de uma das discussões acesas acima mencionadas! É que às vezes mais vale ir rapidamente ao Goggle, do que deixar os ânimos aquecer demasiado!

Em breve também esta rotina de nos sentarmos os 5 à mesa a jantar vai ficar reservada a datas ou celebrações especiais, por isso a quis aqui congelar para memória futura (isto numa altura em que não nos sentamos todos juntos há vários dias).