quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Coisas boas do Outono

Sofá, manta e almofadas. Café e torradas. E aquecimento central que não sou pessoa de lareira. E a nova grelha televisiva com séries novas e novas temporadas das séries de sempre. Adoro, não sei para onde me virar e felizmente que há a box ou o pessoal cá em casa iria sofrer muito! A grande novidade - excelente novidade - este ano foi This is Us. Uma série verdadeiramente à minha medida. Sobre pessoas e famílias. Sobre o passado e o presente, que se interligam na perfeição. Sobre o amor, encontros e desencontros. Mágoas e ressentimentos e arrependimentos e tudo o mais que compõe a vida. Um must see dentro do género de Brothers and Sisters e Parenthood, mas para melhor.


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segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Em Roma sê romano

Na quinta-feira passada celebrou-se o Thanksgiving, uma das mais importantes festas americanas, em que a família se junta e agradece (dá graças). E agora que a nossa família, à semelhança de milhares de famílias americanas, se encontra espalhada por 3 Estados diferentes, o Thanksgiving adquiriu todo um novo significado. A Mafalda e o Miguel vieram a casa e estivemos todos juntos, pela primeira vez, desde meados de Agosto! E eu agradeci. 



O jantar foi em família, que os amigos são, afinal, a família que escolhemos. E não faltou o tradicional perú, que, por sinal, estava uma delícia!  


(Jantar em casa da Cecília, Tom, Amy e Max)


Parece que para evitar chatices, algumas famílias decidiram, antecipadamente, proibir a discussão de política à hora do jantar, mas entre nós houve conversa/discussão à grande e à francesa, apesar de não haver um único apoiante do Trump à mesa! 

No dia seguinte, eu e as minhas girls aventurámo-nos e fomos às compras para aproveitar os descontos da Black Friday (e que descontos!), e mais tarde jantámos com um outro grupo de amigos, os Parente e os Rios-Neto, numa de acabar com os restos (acho que é uma nova e excelente tradição que vai pegar) e fomos brindados com um guisado de perú (turkey stew) que estava divinal. Afinal de contas há que aproveitar os dotes culinários e o gosto pela cozinha, do nosso amigo Stephen Parente, americano de origem italiana. Desta noite, também muito animada, não há registo fotográfico (esqueci-me do raio da fotografia da praxe), mas aqui fica a minha palavra para mais tarde recordar. 

E com a rapidez com que sempre passam os bons momentos, este já lá vai. Já todos voltaram à sua vida, que o tempo não perdoa. E agora venha o Natal, antes que o pessoal perca a embalagem. 



sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Minneapolis em Novembro

Há precisamente 27 anos atrás, no início de Novembro de 1989, quando aterrei pela primeira vez em Minneapolis estava um frio de rachar e a cidade estava coberta de neve. Claro que, uns meses mais tarde, em pleno Janeiro e Fevereiro, apercebi-me que aqueles primeiros dias de Novembro representavam apenas a pontinha do iceberg que era o Inverno no Minnesota. Mas a primeira imagem ficou e voltei a lembrar-e bem dela quando há 2 fins-de-semana atrás fomos visitar o Miguel (este post está ligeiramente atrasado, mas pelo meio houve as eleições e os anos do rapaz e este foi ficando esquecido...).

Desta vez, Minneapolis recebeu-nos com muito sol e calor, e nós aproveitámos para passear nesta cidade que um dia foi a nossa casa, dando 
preferência a tudo o que implicasse estar ao ar livre. Revisitámos velhos lugares, como as Minehaha Falls e o Lago Calhoun, e conhecemos sítios novos como o Guthrie Theatre e o Mills District. Gostei muito, e gostei especialmente de ver como o Miguel está bem. Um jovem adulto interessante, interessado e equilibrado, que aproveita o tempo livre para se divertir com os amigos, mas que não perde de vista a big picture e a razão porque afinal ali está. A fazer figas para que assim continue...



Uma caminhada por Minehaha Falls








Lago Calhoun (o maior lago de Minneapolis)







Guthrie Theater/Gold Medal Park/Mills Distrcit






E, claro, Dinkytown um ponto de paragem obrigatório




terça-feira, 15 de novembro de 2016

18 anos

Parabéns ao melhor filho do mundo, que hoje atinge a maioridade! Sou uma mãe muito babada deste miúdo muito fixe, que assim de repente se transformou num jovem adulto, cheio de pinta e de personalidade, dono de uma cabeça que pensa e um coração que sente. Tudo o que é importante está lá e só desejo que, no meio da loucura que nos rodeia, seja capaz de ser muito feliz.







sábado, 12 de novembro de 2016

Missing him already


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Temos mais 78 dias de Presidente Obama (não é que esteja a contar!) e depois mergulhamos na Trumplândia, onde certamente nada de bom nos aguarda. Após o dia 20 de Janeiro nada mais será como dantes. Serão 4 anos (espero que não mais de 4) de tentativa de destruição daquilo que Obama construiu, de um clima de intolerância e descriminação, de perseguição, de ameaças, e de desafio às mais elementares regras de civilidade. Os primeiros 2 anos serão especialmente perigosos, tendo em conta que os Republicanos detêm a maioria no Senado e na Câmara dos Representantes. Assusta pensar em tudo o que, em termos legislativos, pode ser feito e desfeito em 2 anos, em áreas como a saúde, o comércio, o clima, e os direitos das minorias. Daqui a 2 anos haverão eleições intercalares para o Senado e para a Câmara dos Representantes, onde os democratas poderão continuar a conquistar lugares aos Republicanos e conseguir finalmente a maioria que lhes escapa há muitos anos (o que aconteceu nestas eleições, mas não em número suficiente para terem a maioria). 

E no topo de tudo isto temos o Supreme Court, com uma vaga por preencher neste momento, e outras possíveis nos próximos anos. A nomeação dos juízes para o Supreme Court Americano é uma das mais poderosas armas políticas de qualquer administração, não só pelo grande impacto que muitas decisões têm no dia a dia dos americanos, mas também porque normalmente têm efeitos muito duradouros, tendo em conta que as nomeações são vitalícias. Muitos dos avanços civilizacionais do Séc. XX deram-se por impulso de decisões do Supreme Court, daí que poder influenciar a tendência mais ou menos conservadora deste tribunal ser uma das grandes ambições de qualquer presidente.


Pensei mesmo que era desta que uma mulher chegava à Presidência dos USA, com todo o simbolismo que isso implicaria na luta pela igualdade de género. Não é que sinta uma especial empatia ou simpatia por HC, mas tenho a certeza que a sua administração estaria a anos luz da que vamos ter. 
Sei que HC desperta ódios de estimação em muita gente, nomeadamente em muitos democratas que nas Primárias apoiaram Bernie Sanders, e que agora votaram nos candidatos dos partidos mais pequenos (ambos patéticos, na minha opinião) e até em Trump. Sei que não tem o carisma e a capacidade mobilizadora de Obama. Mas bolas, será que esta gente não percebeu o que estava em causa? Ou não se preocupou o suficiente? Pensar em tudo o que foi preciso acontecer para que Trump ganhasse as eleições faz-me mergulhar numa enorme tristeza, uma tristeza (ainda) incrédula. Foi preciso que mais de metade das mulheres brancas votassem nele. Foi preciso que 30% dos latinos votasse nele (Trump teve mais votos de latinos e afro-americanos do que qualquer outro candidato republicano no passado). Foi preciso que Estados com longa tradição democrata dessem a vitória a Trump. E pergunto-me: Será que esta gente não viu o mesmo que eu? Um energúmeno egocêntrico, ignorante, mentiroso, racista, sexista, e abusador, com laivos de ditadorzeco de terceira categoria! 


Muitos perguntam, e agora? Agora é andar para a frente, estar alerta, discutir, e esperar que aconteça o que muitas vezes acontece nestas alturas: que apareçam pessoas inspiradoras e mobilizadoras, que saibam liderar a oposição, com grandeza e sentido de responsabilidade, e que daqui a 4 anos façam o que fez Obama há 8 anos atrás num país que estava farto de Bush! E a verdade é que nem tudo foi mau nestas eleições, apesar de neste momento ser difícil ver o copo meio cheio: HC teve mais votos do que Trump, apesar de não ter conseguido eleger tantos delegados, que são quem elege o Presidente, fruto do sistema eleitoral que existe (e que não vou discutir); Foram eleitos vários candidatos de grupos até agora muito pouco (ou nada) representados seja para o Senado e para a Câmara de Representantes, seja para órgãos estaduais, trazendo uma diversidade numa antes vista; Vários Estados votaram a favor de leis que vão impor um maior controlo na livre circulação de armas, um verdadeiro flagelo neste país; E vários legalizaram a marijuana para efeitos medicinais!


Sei que a partir de agora vai haver uma enorme tendência para ver Trumpezinhos por todo o planeta, em qualquer eleição mais extremada. Vai ser um verdadeiro milagre da multiplicação. Mas calma, minha gente, não vai ser qualquer ditadorzeco em potência que vai conseguir atingir este nível. Façam o favor de não ser comichosos!


quinta-feira, 3 de novembro de 2016

E 108 anos depois ...

Os CUBS são world champions!!!! Não é bem do mundo, mas é assim que se intitulam: World champions, porque é a world series, apesar de ser um campeonato nacional, só com equipas americanas, jogado na América.  Falo, claro, de baseball e do fim de uma praga que se tinha abatido sobre a cidade e a equipa de Chicago, cuja última vitória na world series tinha sido em 1908! 

A final do campeonato de baseball americano joga-se à melhor de 7 jogos e é disputada entre os vencedores da National League e da American League. Este ano os Cubs enfrentaram os Indians de Cleveland, e depois de estarem a perder por 3-1, jogaram e venceram os 3 últimos jogos (que se realizaram todos em Cleveland), tendo ganho ontem o sétimo por 8-7, num jogo emocionante, cheio de reviravoltas, verdadeiramente impróprio para cardíacos. Sim, falo de baseball, aquele jogo que parece uma coisa do Século XIX, que dura horas e onde em 95% do tempo nada parece estar a acontecer! Mas ontem foi emocionante, juro!

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E agora há que continuar a ter esperança e aguardar que Terça-feira à noite os nossos piores pesadelos não virem realidade e que este país e o mundo não acordem na Quarta-feira e verifiquem que a vida se transformou num gigantesco e medonho Reality TV Show.