terça-feira, 31 de janeiro de 2017

31 de Janeiro de 1994

Foi há 23 anos que me tornei mãe desta miúda muito especial, que me ensinou tudo sobre o amor incondicional, que me desafia, comove, desespera, faz rir e chorar. É de todos a mais exigente, a mais complicada, a que mais frequentemente testa os meus limites e me obriga a penosos processos de introspeção. É a prova viva de que a maternidade é mesmo a mais difícil, a mais complexa, mas também a mais doce de todas as experiências. Parabéns Mafalda neste que é o teu primeiro aniversário fora de casa e longe de mim, mas sempre no meu coração e no meu pensamento.  



Nota: Quando ela fez 20 anos escrevi isto: 20 anos. E quando fez 21, escrevi isto: 21 anos. Acho que o ano passado estava sem inspiração!

sábado, 14 de janeiro de 2017

Frio rima com cinema

Os últimos tempos vão definitivamente contribuir positivamente para a minha média anual de idas ao cinema. Dezembro e Janeiro estão a ser meses muito ricos em experiências cinematográficas.  Para além de serem tradicionalmente meses de muitas estreias, acho que o frio também tem ajudado, já que como as actividades ao ar livre estão definitivamente postas de parte, o cinema é uma excelente opção para quem não está mentalmente preparada para hibernar!

Em Dezembro, vi Loving, Manchester by the Sea, Sweet Seventeen and Sing. E, até agora, em Janeiro, já vi Lion, Hidden Figures e La La Land. Não querendo impingir-vos uma crónica cinematográfica demasiado longa, aqui fica a minha singela opinião sobre Manchester by the Sea, Hidden Figures and La La Land, todos filmes que, por razões muito diferentes, me encheram as medidas! 

Manchester by the Sea é belo e brutal, abana e abala e não nos sai da cabeça facilmente. No início do filme, ficamos a conhecer o personagem principal, Lee Chandler, janitor em Boston, e logo nos chama a atenção a solidão e o vazio e a frugalidade da sua vida. Quando o seu irmão mais velho morre, Lee regressa à sua cidade natal, uma cidadezinha junto ao mar na Nova Inglaterra, para tomar conta do sobrinha adolescente. Este regresso obriga-o a enfrentar o seu passado, que nos vai sendo revelado aos poucos, sobretudo através de flashbacks, mas também dos reencontros de Lee com os seus antigos vizinhos e conhecidos. Apesar da sua complexidade dramática e do peso e tensão que sentimos permanentemente, porque vamos percebendo que algo de muito grave terá acontecido a Lee no passado que o transformou na pessoa sofrida que conhecemos, o filme tem inúmeras cenas que nos fazem rir e descontrair, que a vida não são só tristezas! Saí do cinema com o coração apertado, e com uma enorme angústia, obcecada com esta ideia de que muitas vezes basta um acontecimento (acidente ou incidente) para que a nossa vida mude para sempre e que uma vez acontecido não há como voltar atrás. 

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Hidden Figures é um daqueles filmes que inspiram e nos fazem sentir bem. Para os meus amigos pais de filhas adolescentes (ou pré-adolescentes) recomendo vivamente que o vão ver com elas. A adolescência é uma fase tramada, cheia de dramas e inseguranças, pelo que um boost de optimismo e confiança vem mesmo a calhar! Saem de lá com os olhos a brilhar e a mente a fervilhar, e posso dizer que, no caso da Matilde, veio mesmo a calhar! O filme conta a história, baseada em factos reais, de 3 mulheres afro-americanas (uma combinação explosiva na altura) que, contra ventos e marés, conseguiram participar como matemáticas e engenheiras/programadoras no programa espacial da NASA nos anos sessenta, altura em que a guerra espacial entre americanos e Russos estava ao rubro. Um feito extraordinário, numa sociedade e numa profissão totalmente dominadas por homens de raça branca, realidade que infelizmente ainda não conseguimos ultrapassar completamente. 

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E por fim La La Land. Devo confessar que musicais não são o meu género favorito, mas gostei deste filme. Uma história romântica (claro!), muito bem contada e muito bem filmada, com personalidade própria, independente da música e da dança, obviamente sempre presentes, ou não fosse este um musical, mas que não a ofuscam. E cheia de pormenores deliciosos e com actores que enchem o écran (que dupla!). 

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Espero não ter revelado demais ... que isto de falar sobre filmes sem poder falar para não estragar o espectáculo a quem ainda não viu, não é fácil! 

sábado, 7 de janeiro de 2017

Em 2017 quero ... (parte II)

Renovar/remodelar

Termos comprado uma casa "quase" centenária (a nossa casa foi construída algures na década de 30 do século passado), faz com que hajam sempre inúmeros projectos de manutenção e de renovação na manga, sob pena de corremos o risco da propriedade se desvalorizar mais do que o recomendável. O que mais gostei assim que cá entrei pela primeira vez foi o soalho e portadas de madeira, o armário embutido da sala de estar, a luz do sun room, o lay out circular do andar de baixo. Mas nem tudo é perfeito, claro, o que me tem permitido dar asas à imaginação e descobrir a arquitecta/designer de interiores que há dentro de mim! Já fizemos alguma manutenção (pinturas, janelas da cave e canalização) e renovámos o sun room, tornando-o numa das divisões mais bonitas da casa (ainda que inabitável no Inverno porque não tem aquecimento central). Mas há sempre mais a fazer.

O seu calcanhar-de-Aquiles é, sem dúvida, a cozinha e a casa-de-banho do andar de cima. Felizmente não é uma questão de necessidade, uma vez que ambas estão absolutamente funcionais. É só mesmo uma questão de gosto e de vontade de mudar.


A nossa cozinha é relativamente pequena, tem um chão avermelhado, paredes pintadas de amarelo e armários de madeira escura. Uma explosão de mau gosto! É escura, mesmo nos dias mais soalheiros. Ponto positivo: tem fichas eléctricas em número suficiente, algo que achei nunca conseguir dizer... 



A minha ideia é ter o chão de madeira (como no resto da casa), paredes e armários brancos, e ainda não decidi como quero as bancadas. Há a hipótese se deitar parcialmente abaixo a parede que divide a cozinha da sala de jantar, e fazer um balcão a dividir as duas, mas a verdade é que não gosto muito da ideia de ter uma cozinha aberta para a sala. 

A casa de banho do andar de cima é uma verdadeira pérola. Para início de conversa, é cor-de-rosa (chão, sanita, banheira e azulejos até meio da parede)!  Ultrapassado o choque inicial, se olharmos bem, até lhe conseguimos descobrir um certo charme, meio retro, meio vintage! Mas é preciso olhar mesmo bem! Ponto positivo: Tem uma enorme janela, um luxo! 



A sua renovação é ainda um projecto em construção, na minha cabeça, que é onde todos começam e por lá permanecem durante um tempo, em maturação. Para este ano, e mais uma vez, prevejo muitas idas ao Ikea!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Em 2017 quero ..

Passear/viajar


Até 2003, ano em que nasceu a Matilde, viajar estava sempre na lista de desejos concretizados. Todos os anos acompanhava o Rui em pelo menos uma das muitas viagens profissionais que sempre fez. Primeiro íamos só os dois, mais tarde com a Mafalda e, às vezes, com o Miguel. Sempre achei que era uma das coisas boas que lhes podíamos proporcionar ao longo da infância e adolescência. Viajar, conhecer sítios, pessoas, línguas e culturas diferentes. Abrir-lhes os horizontes, expô-los à diversidade. 

Depois veio a Matilde e começou a ser mais difícil. Primeiro porque era pequenina e não era fácil os meus pais, mais velhotes, ficarem com ela, ou com os 3. Depois veio a crise e não havia dinheiro para viajar, muito menos os 5. De certa maneira foi um período cinzento, sem o nervoso miudinho e a excitação que planear e concretizar as viagens sempre me proporcionaram, apesar de ter sido um período com outras coisas boas, como foi a reconstrução e a mudança para a nossa casa do Restelo. Quando não dá para tudo, tem que se fazer escolhas e se não me arrependo das que fizemos, tenho pena que viajar tenha sido relegado para a lista das coisas não essenciais. 

Desde que viemos para os Estados Unidos, temos feito algumas viagens, não tantas como gostaria, mas as possíveis, tendo em conta as disponibilidades de cada um. A verdade é que à medida que os miúdos vão crescendo, as suas responsabilidades vão aumentando e não  tem sido fácil conciliar os períodos de maior estudo de cada um, os treinos e os jogos, já para não falar de gostos e preferências de cada um que nem sempre são conciliáveis. Por isso, o novo lema por estas bandas é: Amigo não empata amigo! Se um de nós não pode, ou não quer, vão os outros. 

Tenho muitas ideias a fervilhar e muita vontade de as começar a concretizar. Uma delas, que já está prometida, é uma ida a New York com a Matilde, o que faremos em meados de Abril, num fim de semana prolongado, que NY no Inverno não é grande ideia. A última vez que lá estive foi em 2007, pelo que está mais do que na altura de regressar. Sei que há uma série de coisas novas que quero conhecer, mas como será a primeira vez da Matilde na Big Apple teremos mesmo que visitar os clássicos, o que sabe sempre bem



 My travel buddies in 2007 - Times Square

 Central Park


(To Be Continued)

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Noite de Fim d´Ano

É muito fixe quando tudo o que podia dar para o torto afinal se alinha e dá certo! 

A minha amiga Cathrine ADORA dançar e queria muito organizar uma dance party  na noite de fim do ano. Infelizmente o marido, que até é um tipo porreiro, não alinha nada nestes programas (não só não gosta de dançar, como gosta de ir para a cama cedinho - tipo levantar cedo e cedo erguer ...) e disse-lhe logo que a casa deles estava off limits. Perante o seu desespero, e a 3 dias do final do ano, eu lá ofereci a nossa casa para albergar a dita dance party. Mais ou menos à revelia do Rui, confesso, já que aproveitei um momento em que ele estava completamente absorvido num qualquer problema matemático, para lhe dizer assim de fugida que estava a organizar uma festa de passagem de ano com a Cathrine, em nossa casa.

Infelizmente a maior parte dos nossos amigos comuns ou não estavam cá ou já tinham programa para o fim do ano, pelo que a Cathrine se pôs basicamente a convidar tudo o que mexia. Desde vizinhos, a soccer parents, pessoas conhecidas, mas não propriamente amigas, passando pelos pais de 2 amigas da Matilde que vinham cá a casa passar a noite com ela, e que algo surpreendentemente disseram logo que sim. E assim fomos compondo a lista dos convivas!

Quando na tarde do dia 31, eu comecei a arredar móveis para termos espaço para dançar, o Rui lá caiu em si e percebeu que a coisa ía mesmo acontecer e quando eu lhe disse a lista dos convidados ele nem queria acreditar! WTF! A antevisão de ter a casa cheia de pessoas para ele praticamente desconhecidas e ter que fazer sala e conversa durante mais de 4 horas, reflectiu-se bem no seu olhar, um misto de surpresa e irritação. Mas era, claramente, tarde de mais, já que a bola há muito que estava a rolar!

Às 8 da noite o pessoal começou a aparecer. E mais uma vez se verificou que este mundo é mesmo uma grande aldeia. E lá se foram descobrindo afinidades, e amigos comuns, e reencontros de amigos que já não se viam há imenso tempo. E na pista de dança, a Cathrine brilhou ao som de uma playlist do mais heterogénea que há e que varreu todas as décadas desde os anos 70 até à actualidade e muitos géneros musicais! Eu fartei-me de dançar e na manhã do dia seguinte mal me podia mexer! Todos se divertiram, incluindo o Rui, apesar da sua relutância em o reconhecer assim abertamente ... 

E guardámos a playlist, com a promessa de muitas dance parties ao longo do ano, para ver se na próxima passagem de ano não estou tão enferrujada! 

Happy New Year!!!!!