sábado, 10 de outubro de 2015

No rescaldo das eleições

Nao votei nas eleições do Domingo passado, que ainda fazem ferver o país ... Digamos que o processo de voto dos emigrantes não é user friendly. No meu caso, teria que ir pessoalmente ao Consulado Português mais próximo - na costa Leste - proceder ao recenseamento eleitoral, o que (ainda) não fiz.

Mas acompanhei minimamente a campanha e a noite eleitoral. Com espanto e estupefacção. Como é possível? Na verdade, nem sei bem porque me espantei, afinal de contas somos o país que elegeu 2 vezes o Cavaco para Presidente, isto depois de a criatura ter sido Primeir0-Ministro durante 8 anos. Mas enfim ... É o sistema democrático a funcionar e a culpa é de quem deveria ter feito mais, ou melhor, ou diferente, e não fez. 

Passando à frente, que o propósito deste post não era dar para baixo, mas sim salientar um facto que acho muito positivo na realidade portuguesa (em comparação por exemplo com a realidade americana) e que, mais uma vez, se confirmou, e reforçou, nestas eleições. A existência na Assembleia da República de vários partidos mais pequenos, que não estando (a maior parte das vezes) no "arco da governação",  têm um papel fundamental de controlo e vigilância dos governantes. Vezes sem conta, são os partidos "pequenos", no hemiciclo ou nas comissões, que falam das coisas, que fazem perguntas, que não deixam escapar os assuntos mais controversos, aqueles que, por esta ou aquela razão, os partidos do centrão preferiam que caíssem no esquecimento.

Por isto, para mim, desde há algum tempo a esta parte que o verdadeiro "voto útil" não é o voto ao centro, que umas vezes faz tombar a coisa para o lado do PS, outras para o lado do PSD, mas sim o voto que nos permite continuar a ter diversidade ideológica no Parlamento. Eu agradeço que lá estejam, mesmo aqueles com quem não me identifico minimamente e que, muitas vezes, dizem coisas que me deixam com os cabelos em pé! 

1 comentário:

  1. Por isso é que eu sempre gostei de ti!
    Esses partidos mais pequenos são uma espécie de grilo falante, uma consciência com voz incómoda.

    O votos dos expatriados é anedótico.
    Aqui chegaram menos de metade dos boletins de voto.
    Os que chegaram, para além de terem o nome da pessoa e a morada igual!!!! tinham um "pequeno" problema - o destinatário não incluía Portugal.
    Pata que os pôs!!!

    Boa semana

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