sexta-feira, 26 de maio de 2017

A minha janela!

Ao fim de 3 anos, mudei-me finalmente para um gabinete com janela! Sim, já fez 3 anos que comecei a trabalhar no OSP (Office of Sponsored Programs). E sim, até há um mês atrás, passava 8 horas do meu dia enfiada num gabinete sem janela, só com luz artificial, e nunca pensei que isso me afectasse tanto. A porta tinha que estar sempre aberta (só a fechava quando tinha alguma reunião ou telefonema que exigia algum recato), de outra maneira sentia-me claustrofóbica. Outra coisa que me fazia impressão era nunca saber como estava o dia lá fora. Frequentemente quando a meio ou ao fim do dia, saía, ficava surpreendida com o tempo que encontrava. Sol, chuva, tudo escuro, cinzento ou enevoado. 

Comecei a reclamar um gabinete com janela, em tom de brincadeira, mas não era fácil, considerando que mais ou menos metade dos gabinetes são virados para o lado de dentro e por isso não têm janela. A minha esperança era que, com a grande mobilidade laboral que há neste país, cedo eu deixaria de ser uma das mais novas! Sim, ter um gabinete com janela não é para rookies! E eis que no início deste ano, a par de uma re-estruturação do gabinete, a mudança começou a adquirir contornos reais. E finalmente há umas semanas atrás ganhei uma janela e, de caminho, fui promovida a Assistant Director! Mas disso falarei noutra altura.





1 comentário:

  1. Well done!
    É um crime a construção de offices sem luz natural. Com tantas soluções de arquitetura... continuam a construir blocos.
    Eu sei o que é trabalhar sem ver a luz do dia... É um horror. Influencia muito. E a surpresa quando realmente se sai para fora e se vê o tempo?

    Só que... eu nunca trabalhei num local SEM janela.
    Mas sei o que é. Trabalhei num cheio de janelas, com estores. Que estavam sempre corridos porque o sol era de chapa (quando havia) de modo que cegava-nos e as janelas tinham de estar tapadas. A luz artificial estava sempre acesa. Se eu abrisse o estore para entrar a natural, alguém reclamava. Então passou a estar sempre fechado. E o trabalho era muito. Sem parar. Por vezes ia trabalhar para a garagem, onde não haviam janelas mas dava para, se se abrirem as portas, ver a luz natural. O que acontecia no inverno é que ia para o trabalho de noite e voltava de noite. Sem ver a luz do sol. Sem sentir a claridade. E isso era deprimente.

    Também já trabalhei num navio e o trabalho era tanto que não dava tempo para espreitar para uma janela e ver como estava o dia. Eram os passageiros que faziam referência ao tempo e perguntavam o que achava... Como se eu tivesse tido oportunidade de usufruir ou de saber que estava a nevar lá fora... Tudo era um longo dia de trabalho seguido de um curto descanso para aguentar outra jornada de trabalho.

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