sábado, 27 de junho de 2015

Uma semana histórica. Uma instituição fascinante.

O Supremo Tribunal de Justiça americano dominado por juízes nomeados por presidentes republicanos acabou de declarar a constitucionalidade do Obamacare (seguro nacional de saúde) e do casamento Gay, o que, tendo em conta a agenda político-partidária americana, é uma coisa no mínimo surpreendente, pelo menos para aqueles que não estão familiarizados com a história e o funcionamento desta instituição judicial impar e fascinante.

Os juízes do Supremo Tribunal Americano são nomeados pelo Presidente e confirmados pelo Senado Americano, depois de um longo e desgastante processo que inclui várias inquirições públicas no Senado. Mas se calhar tem mesmo que ser assim, já que os juízes são nomeados a título vitalício, o que significa que uma vez eleitos só por morte, por sua vontade ou através de um processo de impeachment (que até hoje nunca foi bem sucedido) poderão ser afastados do cargo. É um dos mais importantes, prestigiantes e influentes cargos públicos do sistema federal americano. 

Nem todos os presidentes americanos têm a sorte de poder "escolher" um juiz para o Supremo Tribunal, mas aqueles que o fazem, têm perfeita consciência que essa será sempre uma das decisões mais importantes do seu mandato, uma daquelas decisões que irá influenciar de forma duradoura e profunda a sociedade americana, tendo em conta a relevância e o impacto das suas decisões, a nível federal, estadual e individual. 

O facto de terem um mandato vitalício, faz com que os juízes do Supremo Tribunal sejam efectivamente livres para decidir como muito bem entenderem. Sem medo, livres de pressões, mais ou menos ocultas, mais ou menos conscientes. Ao longo da história são já muitas as decisões surpreendentes, no sentido de contrariarem o que seria expectável tendo em conta a composição do tribunal na altura em que foram tomadas. Esta semana, voltou a acontecer. Um tribunal dominado por juízes nomeados por republicanos defendeu a constitucionalidade do Obamacare e do casamento Gay, 2 bandeiras do partido democrata. Os entendidos já o esperavam (tendo em conta decisões recentes), para o comum dos mortais foi uma surpresa. Milhões de americanos respiraram de alívio. Not a bad day! (Esta é para os fans do The Office!).


Para quem gosta destas coisas, aqui ficam algumas curiosidades sobre os actuais 9 juízes que o compõem: 3 são mulheres e um dos homens é afro-americano (não é o cúmulo da diversidade, longe disso, mas podia ser pior!); 5 foram nomeados por presidentes Republicanos (Regan, Bush pai e Bush filho) e 4 por presidentes democratas (Clinton e Obama). As 3 mulheres foram nomeadas por presidentes democratas. O afro-americano foi nomeado por Bush pai. O mais antigo no cargo está lá à quase 30 anos. Recebem um salário anual que ronda os $ 220.000.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Life lately

Sem o espartilho dos horários escolares e com 60% da família de férias (ou melhor, 40% de férias em Portugal e 20% a trabalhar arduamente no Brasil...), tenho tido uma vida muito calma nos últimos tempos. Estar sozinha com o Miguel é muito fácil e tem sido muito bom! A única coisa com que tenho que me preocupar é com a comida, que o rapaz não é de petiscar ou de saltar refeições. Fora isso é completamente independente. Vai para os treinos (ténis de manhã e futebol à tarde), faz programas com os amigos, mas também gosta muito de estar em casa "na dele". Já fomos ao cinema, de vez em quando vamos jantar fora ou a casa de amigos. E temos passado a maior parte dos serões a ver episódios do The Office!

Continuo a ir ao ginásio, e agora no Verão tenho conseguido ir 3 vezes por semana, o que para mim é uma coisa extraordinária. É quase dia sim, dia não! Qualquer dia ainda me apanham a dizer que gosto! A música continua a ser a minha grande companhia, especialmente agora que a minha amiga Sara está de férias em Barcelona. Eis as 5 músicas mais recentes na minha playlist: Always On My Mind (Willie Nelson), Space Oddity (David Bowie), Style (Taylor Swift), Viva La Vida (Coldplay) e What a Wonderful World (Louis Armstrong). Muito eclética! Em Agosto, quando voltar de férias, ao ginásio  vou adicionar umas aulas de yoga, que parece que é bom para prevenir (ou, pelo menos, retardar) a osteoporose, uma daquelas coisas que a genética e algumas lacunas alimentares se encarregarão de me trazer.

As obras cá em casa lá vão andando, devagar, devagarinho. Os quartos estão pintados e o Sun Room já tem um novo chão (lindo!!!). O projecto "substituição das janelas da cave" está a dar os primeiros passos, mas o jardim continua o matagal do costume, o que a bicharada agradece. Acho que há, pelo menos, um coelho e vários esquilos que já fizeram dele a sua casa de Verão! Já temos jardineiro e um plano de ataque, mas nesta Primavera/Verão a chuva não tem dado tréguas. Não é que esteja sempre a chover, mas acho que ainda não houve uma semana em que não chovesse. Resultado, segundo os especialistas, a terra está demasiado húmida para ser trabalhada. Não há dúvidas, que saber esperar é uma grande virtude!

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Porque é que uns têm e os outros não?

Não sou artística, nem criativa. Não desenho, não pinto, não escrevo, não toco nenhum instrumento musical. Não tenho nenhum dom, nem nenhuma apetidão especial. Nem para as artes, no sentido mais puro do termo, nem mesmo para coisas mais comezinhas como sejam a cozinha, a jardinagem ou a bricolage.  Lá vou fazendo algumas coisas, sempre muito básicas, e os resultados são sempre, mais ou menos, modestos. Às vezes penso que dom gostaria de ter, se pudesse escolher, e a resposta vai variando, dependendo do estado de espírito ou de alguma experiência recente que me despertou para alguma arte em especial. 

E depois, lado a lado com o comum dos mortais, há os génios, os que nasceram abençoados, os que imaginam e criam aquilo que nos inspira e nos faz sonhar acordados. Por coincidência (ou será que não há coincidências?), enquanto escrevia este post, o meu amigo B. enviou o link para um artigo do Público sobre um músico revelação que eu não conhecia, que gostei muito de ouvir e que definitivamente mostra que, felizmente e muitas vezes contra ventos e marés, há uma mão cheia de felizardos que nasceram iluminados. Benjamim Clementine. Leiam o artigo, não só para conhecerem o músico, mas também pelo artigo em si, muito bem escrito pelo Vitor Belanciano do Público.

http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/uma-voz-com-vida-apaixonante-la-dentro-benjamin-clementine-1699136


Quando comecei a escrever este post, tinha outra coisa em mente, mas depois o e-mail do B. o artigo do Belanciano e a música do Benjamin Clementine mudaram-lhe completamente o rumo. Às vezes acontece, e ainda bem! Hei-de voltar ao que esperava escrever ...

terça-feira, 16 de junho de 2015

Sem filtros e sem dramas

Ultimamente, quando me olho com mais atenção ao espelho fico estarrecida com as mazelas que a idade me trouxe. Me trás. Todos os dias, um bocadinho mais. Não percebo como é que não reparei. Como é que não as vi chegar. Ou, se calhar vi  (claro que vi) mas fui assobiando para o lado. A verdade é que nunca me cuidei muito. Não uso maquilhagem. Não limpo ou hidrato a pele como devia. Vou ao cabeleireiro só quando preciso de cortar o cabelo. Sou assim e, sinceramente, não me imagino de outra maneira.

Ultimamente quando me olho com mais atenção ao espelho vejo cabelos brancos (muitos), rugas à volta dos olhos e da boca, um pequeno papo no queixo e mais recentemente reparei que uma das pálpebras cai ligeiramente sobre o olho. Durante muito tempo, acho que vi cada um destes pequenos sinais do tempo por si só, com se não fizessem parte do conjunto. Cada um por si não era dramático! Depois houve um dia em que me olhei, olhos nos olhos, e vi o todo. Confesso que comecei por ter dificuldade em me reconhecer  naquela pessoa mesmo ali à minha frente. Senti um ligeiro aperto. Aos poucos vou-me familiarizando com este eu que agora vejo ao espelho, sem filtros e cada vez com menos dramas.

Entrei, definitivamente, em contagem decrescente.  Os 50 estão à porta. Até lá, tenham paciência, que isto não é fácil. E da próxima vez que me virem, façam o favor de disfarçar!

domingo, 14 de junho de 2015

Santo António

Ontem foi dia de Santo António e feriado em Lisboa (e em muitas outras cidades do país) e é tão irritante quando um feriado calha ao fim de semana! Aqui raramente isso acontece porque a maior parte dos feriados são à segunda-feira. Por exemplo, o Martin Luther King Day é sempre na terceira segunda-feira de Janeiro. O Memorial Day é sempre na última segunda-feira de Maio. O Labor Day é sempre na primeira segunda-feira de Setembro. Ao todo há 5 feriados que são à segunda-feira. Há uma excepção: o Thanksgiving, que é sempre na última quinta-feira de Novembro, fazendo desse fim de semana o único fim de semana prolongado do ano! 

Só há um feriado que pode calhar ao fim de semana: o famoso 4 de Julho, e quando isso acontece é feriado no dia útil mais próximo. Só descobri isso muito recentemente, quando em conversa com uma colega, lamentei o facto de este ano o 4 de Julho calhar a um Sábado. Afinal não há motivo para lamento, pois é feriado no dia 3 de Julho! Deixei de fora desta conversa o Natal e o Ano Novo, pois que também aqui esta época é especial e muitas vezes aproveitada para gozar umas pequenas férias, o que dilui um pouco a importância do dia da semana em que calham. Em todo o caso, o Natal é sempre a 25 de Dezembro e o Dia de Ano Novo a 1 de Janeiro!!!

Mas, afinal, há assim tantos feriados nos Estados Unidos? (perguntam vocês incrédulos). Não são estes tipos uma cambada de workaholics, que gozam 15 dias de férias por ano, se tanto, e já vão com sorte? Como sempre, a realidade é bem mais complexa dos que os estereótipos. Regra geral, os serviços públicos, federais e estaduais, incluindo as escolas públicas, observam os feriados. As empresas privadas nem por isso. Todo o sector privado, e  até algumas instituições públicas, como por exemplo, as Universidades, não são obrigadas a "dar" os feriados aos seus trabalhadores. E a maior parte não dá, com excepção de alguns feriados sagrados, como sejam, por exemplo, o 4 de Julho e o Thanksgiving.

Outra particularidade é o facto de não haver feriados religiosos, com excepção do Natal, claro, que se conseguiu impor mesmo numa sociedade com uma diversidade cultural e religiosa verdadeiramente avassaladora, mas ainda essencialmente cristã. Curiosamente, em reconhecimento dessa diversidade e do facto de ser impossível celebrar todas as datas e os eventos importantes das mais variadas religiões, a Universidade, para além dos dias normais de férias que dá aos seus trabalhadores, dá ainda aquilo a que chama 2 "floating holidays", que cada um poder gozar quando quiser. E se para muitos (como eu) estes são apenas mais 2 dias de férias, para outros representam a oportunidade de não trabalhar numa data especial da sua religião.

E acho que, por ora, já chega sobre feriados, que este post era suposto ser sobre o Santo António (como o título indica) e o facto surpreendente de apesar de ter vivido 19 anos em Lisboa nunca fui, à Avenida da Liberdade, ver as Marchas Populares ou comer uma sardinha a um dos muitos arraiais que invadem Lisboa nesta atura do ano... Fica para a próxima!

segunda-feira, 8 de junho de 2015

O paraíso dos bebe-água!

Desde sempre que sou uma bebe-água. Bebo muita água: com o café, às refeições e fora delas. Quando está calor ou nem por isso. Infelizmente, em muitos sítios em Portugal, não é muito bem visto isto de se chegar a um café ou a um restaurante e pedir um copo de água. É quase um crime, como se estivéssemos a chular alguém! Em certos sítios, então, nem nos passa pela cabeça, sequer, pedir um copo de água e é ver as garrafas de água (de 1/4 de litro, as únicas que vendem) a marchar que nem tremoços. É ridículo, mas em restaurantes em Portugal já obriguei os meus filhos a racionar a água, para não gastar uma pequena fortuna.

Pois aqui nunca paguei um tostão para beber água e nem sequer temos que a pedir. Nos cafés, há sempre jarros de água e copos à disposição dos clientes. Quem quer, serve-se. E nos restaurantes, a primeira coisa que nos põem à frente assim que nos sentamos é um copo de água gigante, com gelo, e às vezes limão, que vai sendo reabastecido ao longo de toda a refeição. Muitas vezes, até é ridículo, assim que bebemos um pequeno gole de água, aparece um empregado por trás a encher novamente o copo. E ninguém se importa que essa seja a única coisa que bebemos durante toda a refeição. Mas mesmo que não seja, água nunca falta na mesa. 

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Miguel - Junior Year

Acabou o ano lectivo. E ainda bem que o rapaz estava estoirado. Foi um ano em cheio para ele. Trabalhou muito, nunca trabalhou tanto na vida dele. E o trabalho compensou. Teve notas excelentes, na escola e nos exames. Mas fez muitas coisas mais. Futebol no Verão e no Outono. Ténis na Primavera.  E se é intenso o desporto escolar por estas bandas. Treinos ou jogos todos os dias, excepto ao Domingo e alguns Sábados. Aprendeu a conduzir. Descobriu o cinema. Ou melhor, descobriu que há cinema para além dos filmes animados e de acção/ficção científica. Jogou PS4. Muito, demais! Acima de tudo, cresceu. Como sempre vivo esta ambivalência de mãe: é tão bom ver o adolescente em que se transformou, mas tenho tanta pena que já não seja o meu menino pequenino! 

Estas próximas semanas vão ser só dele. Seremos só nós, pela primeira vez. O desafio vai ser descobrir coisas para fazer em conjunto, de forma subtil, claro, que isto da adolescência tem muito que se lhe diga. Para já, temos passado os nossos serões a ver episódios do "The Office", uma pérola da comédia recentemente descoberta. Acho que não será muito difícil encontrar filmes para vermos os dois e também não será dificil seduzi-lo para, de vez em quando, ir comigo às compras, com a promessa de uma paragem no Barnes & Nobles (livros) ou no Best Buy (jogos e fimes). O pior mesmo será a comida, que a minha actual tendência e vontade para comer mais legumes e leguminosas, sabores étnicos e menos carne vermelha, esbarra sempre contra a sua irredutivel recusa em explorar novos caminhos gastronómicos! Vamos ver o que consigo, mas confesso que, neste campo, não tenho muita esperança!

 (Com o pessoal do futebol na Homecoming Parade)

(Em acção dentro das 4 linhas)

(A receber o prémio que distinguiu os bons aluno do ano lectivo passado)

(A conduzir) 

 (Em Washington DC, em frente ao Lincoln Memorial 
Ssempre gostou muito de História, e este ano deixou-se fascinar pela I Guerra Mundial!)

 (Com o Carl, a estudar Física - quase todos os Domingos)


(Ténis, a sua nova paixão)


(Com o pessoal do ténis, incluindo o treinador, no banquete de despedida da época)


(MVP of the year!)

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Dia da criança

No dia da criança, aqui fica a primeira foto dos meus filhos juntos.

(Agosto de 2003)

E a mais recente da única criança que ainda mora cá em casa!

 (Maio de 2015)