Gostamos de convidar os nossos amigos para vir a nossa casa e, muitas vezes, quando há um evento televisivo que sabemos vai prender a maior parte das pessoas ao pequeno ecrã por um período de tempo relativamente longo, organizamos uma noitada, normalmente com comida e bebida partilhadas, e assim assistimos juntos ao programa. O núcleo duro é sempre o mesmo, o resto do pessoal vai variando, dependendo do evento em causa. E, assim, tem sido nos últimos tempos. Sempre com um desfecho estranhamente comum ...
Nos idos de Novembro, no dia das eleições, tínhamos a casa cheia de gente, para (pensávamos nós) festejar a vitória da primeira mulher a ser eleita para a Casa Branca. Do alto da nossa grande bolha, não vimos o que se passava na "América profunda" e só quando a noite já ía a mais de meio é que percebemos que não íamos acabar o dia a festejar. E aos poucos foi-se instalando o espanto, o silêncio, depois a revolta. Houve lamentos e lágrimas. Naquela noite, as garrafas de champagne não saíram do frigorífico. Uma reviravolta que nos apanhou de surpresa!
Há umas semanas atrás, toca a reunir as tropas para ver o maior espectáculo da televisão americana - a final do Superbowl, este ano entre os New England Patriots e os Atlanta Falcons. Eu estava ligeiramente a torcer pelos Patriots, apenas porque têm um quarterback muito giro (Tom Brady, marido da Giselle Bundchen), isto até ao momento em que uma amiga disse "pena ser apoiante do Trump". WHAT? O Tom Brady? Como? Desde quando? E lá começou a esmorecer ligeiramente o meu apoio aos Patriots, que ao intervalo, estavam a perder por 28-3, num massacre que ninguém previu. O jogo estava de tal maneira desequilibrado que houve pessoas que ao intervalo desistiriam de ver por acharem que o jogo estava mais do que resolvido. E não é que os Patriots conseguiram recuperar e vieram a ganhar o jogo, por 34-28, no prolongamento, numa reviravolta nunca antes vista?
No Domingo passado, nova reunião para ver os Óscares, desta vez com o nosso grupo das movie nights. E não é que terminamos a noite a assistir à mais impressionante reviravolta, para não lhe chamar maior barracada, de todos os tempos? Confesso que quando vi entrar em palco o Warren Beatty e a Faye Dunaway, senti logo um ligeiro desconforto. A velhice é uma coisa tramada e assim que eles começaram a falar pensei logo que o momento - entrega do Óscar para o melhor filme do ano - merecia apresentadores mais ágeis, mais em controlo da situação.
Os indícios de que algo estava a acontecer começaram cedo, com o Warren Beatty a demorar mais do que o normal para anunciar o vencedor, e a olhar ora para o papel que tinha na mão, ora para dentro do envelope a ver se não havia lá mais nada dentro. E eis que, claramente sem saber o que fazer, resolve passar a batata quente à Faye Dunaway, que em ânsias para acabar com o impasse, e após lançar uma brevíssima olhadela ao papel, se precipita e anuncia o vencedor, sem perceber que tinha o papel errado na mão.
E depois, já com a equipa do La La Land em palco, a festejar e a discursar, começamos a ver pessoal da organização por trás deles, a andar de um lado para o outro que nem baratas tontas, de auriculares no ouvido. E, para espanto de todos, eis que é o próprio produtor de La La Land que se encontrava no centro do palco em frente ao microfone, com o Óscar na mão, que anuncia que afinal o vencedor de melhor filme era o Moonlight. E tem que o repetir, pois todos achavam que ele estava a gozar. This is not a joke, disse ele mais do que uma vez, chamando a equipa de Moonlight ao palco. Toda uma cena mirabolante. E lamentável, principalmente para a equipa de Moonlight, que viu o seu momento de ouro claramente ofuscado por esta mega trapalhada. Assistir a tudo isto em directo foi épico!
Têm sido reviravoltas atrás de reviravoltas, e no final da noite já havia quem dissesse que da próxima vez que nós organizarmos um destes eventos em nossa casa, têm que tomar antes qualquer coisinha, que não há coração que aguente tanta surpresa!
No Domingo passado, nova reunião para ver os Óscares, desta vez com o nosso grupo das movie nights. E não é que terminamos a noite a assistir à mais impressionante reviravolta, para não lhe chamar maior barracada, de todos os tempos? Confesso que quando vi entrar em palco o Warren Beatty e a Faye Dunaway, senti logo um ligeiro desconforto. A velhice é uma coisa tramada e assim que eles começaram a falar pensei logo que o momento - entrega do Óscar para o melhor filme do ano - merecia apresentadores mais ágeis, mais em controlo da situação.
Os indícios de que algo estava a acontecer começaram cedo, com o Warren Beatty a demorar mais do que o normal para anunciar o vencedor, e a olhar ora para o papel que tinha na mão, ora para dentro do envelope a ver se não havia lá mais nada dentro. E eis que, claramente sem saber o que fazer, resolve passar a batata quente à Faye Dunaway, que em ânsias para acabar com o impasse, e após lançar uma brevíssima olhadela ao papel, se precipita e anuncia o vencedor, sem perceber que tinha o papel errado na mão.
E depois, já com a equipa do La La Land em palco, a festejar e a discursar, começamos a ver pessoal da organização por trás deles, a andar de um lado para o outro que nem baratas tontas, de auriculares no ouvido. E, para espanto de todos, eis que é o próprio produtor de La La Land que se encontrava no centro do palco em frente ao microfone, com o Óscar na mão, que anuncia que afinal o vencedor de melhor filme era o Moonlight. E tem que o repetir, pois todos achavam que ele estava a gozar. This is not a joke, disse ele mais do que uma vez, chamando a equipa de Moonlight ao palco. Toda uma cena mirabolante. E lamentável, principalmente para a equipa de Moonlight, que viu o seu momento de ouro claramente ofuscado por esta mega trapalhada. Assistir a tudo isto em directo foi épico!
Têm sido reviravoltas atrás de reviravoltas, e no final da noite já havia quem dissesse que da próxima vez que nós organizarmos um destes eventos em nossa casa, têm que tomar antes qualquer coisinha, que não há coração que aguente tanta surpresa!
Bonnie and Clyde fizeram das suas novamente.
ResponderEliminarPodiam tirar uns tempos para dar um tiro ao alaranjado... :)))