Kevin Spacey, o mais recente actor a cair em desgraça pela denúncia de persistentes e continuados assédios sexuais, incluindo a menores, que terão ocorrido nas últimas décadas e nos mais variados contextos. E com ele corre o risco de cair uma das séries que vejo e mais gosto actualmente, House of Cards, cuja 6ª série (em gravação) está suspensa após estas denúncias terem vindo ao de cima. Nada contra, mas o que me aborrece é a mesquinhez desta gente, que tenho a certeza estava mais do que a par do que se passava e nada fez durante anos, assobiando para o lado, e só quando a coisa se torna pública resolve agir, quão virgens ofendidas. E muitos estarão com o coração nas mãos, a pensar que poderão ser os próximos alvos desta crescente segurança das vítimas em denunciar publicamente (muito graças às redes sociais) estes comportamentos predadores e abusadores, que magoam, intimidam, diminuem e condicionam as vítimas.
No outro dia, alguém perguntava no Facebook, "Há alguém nos States que não tenha cometido assédio sexual?" O que é uma generalização estúpida, claro, mas que ao mesmo tempo mostra um desconhecimento (negação?) de uma realidade que existe em todas as sociedades, mas que permanece na sombra, escondida. Se não se fala é porque não existe. Nos States há muitos malucos, desequilibrados, violentos e perigosos, mas se há coisa que também existe é uma permanente discussão, pública e aberta, sobre estas coisas. Seja o abuso sexual, racismo ou a xenofobia. Tudo se discute até à exaustão.
Os States são uma sociedade extremamente racista, segregada, não há dúvidas, mas Portugal e a Europa em geral, também são. Mas não se fala sobre isso, pelos menos da maneira e com a intensidade que se discute aqui, com excepção daqueles momentos em que um incidente específico, geralmente pela usa gravidade, chega a público. Fala-se durante uns dias, para logo a seguir se voltar a ignorar o assunto. E discutir o assunto, ainda que não seja suficiente, põe-nos alerta e muito mais atentos. Atentos para o que se passa à nossa volta. Atentos ao léxico que usamos, e às mensagens subliminares que estão por todo o lado, que não matam, mas moem.
No outro dia, alguém perguntava no Facebook, "Há alguém nos States que não tenha cometido assédio sexual?" O que é uma generalização estúpida, claro, mas que ao mesmo tempo mostra um desconhecimento (negação?) de uma realidade que existe em todas as sociedades, mas que permanece na sombra, escondida. Se não se fala é porque não existe. Nos States há muitos malucos, desequilibrados, violentos e perigosos, mas se há coisa que também existe é uma permanente discussão, pública e aberta, sobre estas coisas. Seja o abuso sexual, racismo ou a xenofobia. Tudo se discute até à exaustão.
Os States são uma sociedade extremamente racista, segregada, não há dúvidas, mas Portugal e a Europa em geral, também são. Mas não se fala sobre isso, pelos menos da maneira e com a intensidade que se discute aqui, com excepção daqueles momentos em que um incidente específico, geralmente pela usa gravidade, chega a público. Fala-se durante uns dias, para logo a seguir se voltar a ignorar o assunto. E discutir o assunto, ainda que não seja suficiente, põe-nos alerta e muito mais atentos. Atentos para o que se passa à nossa volta. Atentos ao léxico que usamos, e às mensagens subliminares que estão por todo o lado, que não matam, mas moem.
Não te cheira a esturro que, de repente, tanta gente venha revelar o que supostamente escondeu durante anos?
ResponderEliminarA mim cheira.
E muito.
E cheira a $$$ também.
Mas isso sou eu que sou desconfiado.
Boa semana