Aqui nos Estados Unidos é muito frequente os miúdos começarem a trabalhar muito cedo. Normalmente arranjam o primeiro trabalho quando ainda andam na escola secundária, seja durante o ano lectivo, depois das aulas, seja nas férias, principalmente nas do Verão. Uns por necessidade, para ajudar as famílias, mas muitos outros apenas porque querem começar a ganhar algum dinheiro para as suas coisas. É uma questão cultural, sem dúvida, em que se valoriza muito a produtividade e a iniciativa privada, mas é também uma questão de natureza económica. Há trabalhos que em Portugal são considerados uma profissão, e que são exercidos por adultos a tempo inteiro, que por aqui são maioritariamente feitos por jovens, que os fazem em regime de part time, em simultâneo com os estudos, desde os seus 16 anos até acabarem a Universidade ou até arranjarem um emprego "a sério". O melhor exemplo é o de empregado de café/bar/restaurante, onde é raro encontrar empregados mais velhos que daquilo fizeram a sua profissão, mas há muitos outros. A oferta é enorme e muito diversificada.
A Mafalda trabalhou numa das bibliotecas da Universidade durante os 3 anos da licenciatura que fez cá, onde em claro contraste com o que acontece em Portugal, o trabalho é assegurado maioritariamente por estudantes. Trabalhava entre 10 e 12 horas por semana, e ganhava entre 400 e 500 dólares por mês. Foi óptimo, fez-lhe muito bem ter essa responsabilidade, um horário de trabalho e um supervisor a quem prestava contas. E, no caso dela, teve ainda a vantagem de a obrigar a levantar-se da secretária e a largar os livros e o computador por umas horitas!
O Miguel começou este ano a trabalhar numa "convenient store" da Universidade, uma lojinha no campus que vende snacks, bebidas, doces, jornais e coisas do género. Tal como a Mafalda, trabalha entre 10 e 12 horas por semana, e ganha cerca de 500 dólares por mês. Faz de tudo um pouco - trabalha na caixa, repõe stock nas prateleiras, limpa a loja, e o que mais houver para fazer. Foi uma decisão dele (ao contrário da Mafalda que teve que ser empurrada), e que lhe está a sair do pêlo já que em alguns dias da semana entra às 7:30 da manhã o que o obriga a levantar muito cedo, mas, pelo menos para já, não o vejo com intenção de desistir.
E agora chegou a vez da Matilde! A mãe de uma amiga dela é diretora de um espaço infantil em Urbana, que é um misto de museu da criança e espaço de diversões - SPARK Museum + Play Café. Assim que fez 14 anos (idade mínima para trabalhar) que espera uma vaga de monitora, o que finalmente aconteceu. Está toda contente, porque conhece bem o espaço e tem várias amigas que trabalham lá e, claro, porque vai ganhar dinheiro! Já fez o estágio, já foi ao seu primeiro staff meeting, e já teve que preencher e assinar papéis para o IRS. Está a sentir-se muito crescida!
A regra é sempre a de que o trabalho não é a prioridade deles - a escola é o seu full-time job - e só lhes está disponível se e enquanto não prejudicar o estudo e os trabalhos de casa. E o que tenho verificado é que esta ocupação extra lhes faz bem e não prejudica. Por um lado, obriga-os a ser mais eficientes e mais organizados para conseguir conciliar tudo o que têm para fazer. E por outra lado, dá-lhes a conhecer uma nova realidade, bastante diferente dos espaços a que estão habituados, bastante mais hierarquizado e regrado, onde não ditam as regras e onde normalmente não são o centro das atenções. Até agora uma experiência positiva, sem dúvida.
A Mafalda trabalhou numa das bibliotecas da Universidade durante os 3 anos da licenciatura que fez cá, onde em claro contraste com o que acontece em Portugal, o trabalho é assegurado maioritariamente por estudantes. Trabalhava entre 10 e 12 horas por semana, e ganhava entre 400 e 500 dólares por mês. Foi óptimo, fez-lhe muito bem ter essa responsabilidade, um horário de trabalho e um supervisor a quem prestava contas. E, no caso dela, teve ainda a vantagem de a obrigar a levantar-se da secretária e a largar os livros e o computador por umas horitas!
O Miguel começou este ano a trabalhar numa "convenient store" da Universidade, uma lojinha no campus que vende snacks, bebidas, doces, jornais e coisas do género. Tal como a Mafalda, trabalha entre 10 e 12 horas por semana, e ganha cerca de 500 dólares por mês. Faz de tudo um pouco - trabalha na caixa, repõe stock nas prateleiras, limpa a loja, e o que mais houver para fazer. Foi uma decisão dele (ao contrário da Mafalda que teve que ser empurrada), e que lhe está a sair do pêlo já que em alguns dias da semana entra às 7:30 da manhã o que o obriga a levantar muito cedo, mas, pelo menos para já, não o vejo com intenção de desistir.
E agora chegou a vez da Matilde! A mãe de uma amiga dela é diretora de um espaço infantil em Urbana, que é um misto de museu da criança e espaço de diversões - SPARK Museum + Play Café. Assim que fez 14 anos (idade mínima para trabalhar) que espera uma vaga de monitora, o que finalmente aconteceu. Está toda contente, porque conhece bem o espaço e tem várias amigas que trabalham lá e, claro, porque vai ganhar dinheiro! Já fez o estágio, já foi ao seu primeiro staff meeting, e já teve que preencher e assinar papéis para o IRS. Está a sentir-se muito crescida!
A regra é sempre a de que o trabalho não é a prioridade deles - a escola é o seu full-time job - e só lhes está disponível se e enquanto não prejudicar o estudo e os trabalhos de casa. E o que tenho verificado é que esta ocupação extra lhes faz bem e não prejudica. Por um lado, obriga-os a ser mais eficientes e mais organizados para conseguir conciliar tudo o que têm para fazer. E por outra lado, dá-lhes a conhecer uma nova realidade, bastante diferente dos espaços a que estão habituados, bastante mais hierarquizado e regrado, onde não ditam as regras e onde normalmente não são o centro das atenções. Até agora uma experiência positiva, sem dúvida.
A Catarina já há muitos anos que faz summer jobs.
ResponderEliminarA Mariana ainda não se mostrou muito interessada, ainda é muito infantil.
Boa semana