quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O mundo pula e avança

Daqui a uns dias já não serei a mais recente aquisição do meu departamento! Em menos de 5 meses, saíram 2 pessoas e 3 foram promovidas. Em breve, entrarão 3 novas. Acho que já aqui referi que uma das diferenças entre a realidade americana e a portuguesa é a mobilidade no mercado de trabalho, que naturalmente gera mobilidade em termos gerais. De pessoas e famílias. 

Em Portugal, tradicionalmente, as pessoas não mudam de emprego. Sei que esta realidade está a mudar, mas ainda é a dominante, especialmente nas gerações mais velhas. Eu própria, estive 18 anos no mesmo escritório. Fiz lá o estágio e fiquei. Quase todos os meus amigos estão no mesmo emprego há mais de 2 décadas. Há algumas excepções, umas implicaram mudanças voluntárias, outras nem por isso. Mas em termos gerais, acho que não há muita mobilidade voluntária. Aquela que nasce de uma vontade de mudar e que efectivamente se concretiza.

Aqui, o mercado é bastante mais animado. As minhas 2 colegas que entretanto saíram, uma foi para outro departamento dento da Universidade (uma mudança "fácil"), mas a outra foi para a Universidade da Califórnia. Concorreu a uma posição num gabinete equivalente ao nosso, fizeram-lhe uma proposta e lá foi ela. O tipo que está prestes a chegar, vem do Tennessee. Concorreu, fizeram-lhe uma oferta e ele aceitou, dizendo que precisava de 3 semanas para começar. Duas de pré-aviso no actual emprego e uma para fazer a mudança. Vem com a família - mulher e uma filha pequena. Muito provavelmente vai alugar um apartamento on-line e numa semana muda-se de armas e bagagens para um Estado que fica a 600 km de distância. 

Mudar não é, de per si, uma coisa boa. Quantas vezes a mudança é para pior, o que não traz nada de bom. Mas há qualquer coisa nesta dinâmica de mudança, que eu gosto. Que acho positivo. Que implica crescimento e enriquecimento. Do indivíduo e da comunidade. E o mundo pula e avança.

1 comentário:

  1. São mentalidades completamente diferentes.
    Deixámos aqui em Macau esse comodismo tipicamente português.
    No qual me incluo, confesso.
    BFDS

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