domingo, 6 de dezembro de 2015

O complexo mundo das candidaturas à Universidade

Nos últimos tempos, a Mafalda e o Miguel têm passado muito tempo à volta das suas candidaturas à Universidade. Ao contrário do que acontece em Portugal, aqui nos Estados Unidos não há uma candidatura única e centralizada. Os alunos escolhem as Universidades a que se querem candidatar e têm que preparar, apresentar e pagar as candidaturas individualmente. É normal enviar entre 5 a 10 candidaturas, mas há quem envie 15 ou 20 (ou mais). É tudo feito online, claro, o que facilita enormemente o processo, mas ainda assim dá muito trabalho. Para cada Universidade há que preencher os vários formulários com todo o tipo de informação sobre o aluno, mas o que dá mesmo trabalho são os personal statements que quase todas pedem e que são específicos para cada uma. 

Nas melhores universidades, aquelas que todos ao anos recebem milhares de candidaturas, o personal statement é especialmente importante. É uma das coisas que separa o trigo do joio. Todas elas fazem uma triagem inicial, essencialmente, com base nas notas da escola secundária e do exame nacional. Quem consegue passar esta primeira fase (e são muitos os que conseguem, porque estamos num país com mais de 300 milhões de habitantes e que, para além disso, recebe milhares de candidaturas de todos os cantos do mundo), é depois sujeito a uma avaliação holistica, que leva em consideração tudo aquilo que os números não conseguem escrutinar: personal statementcartas de recomendação, prémios e menções honrosas, actividades extra-curriculares, voluntariado, e por aí fora. 

Felizmente os prazos de entrega das candidaturas variam de Universidade para Universidade, normalmente entre Novembro e Janeiro, o que permite apresentar várias sem perder a sanidade mental, mas há sempre momentos de stress, que deixam as famílias há beira de um ataque de nervos! O Miguel já entregou 3, e planeia entregar mais 3 ou 4. Felizmente é organizado, o que lhe permite gerir as coisas com níveis controlados de stress.  Até agora nunca deixou nenhuma para o último dia! A Mafalda é o oposto. Também já enviou 3 ou 4, de um conjunto cujo número total ignoro. Todas no último dia. É uma perfeccionista que acha sempre que o que escreveu pode ser melhorado. Eu estou sempre à espera que aconteça alguma coisa que a impeça de enviar as coisas dentro do prazo. Ela confia sempre que a tecnologia não vai falhar nos momentos cruciais!

E depois de carregar no "Submit" é esperar. No caso do Miguel, só lá para Fevereiro ou Março se sabem os resultados. E depois, tem até ao dia 1 de Maio para comunicar às Universidades que o admitiram, se aceita ou não a oferta. Este é o único prazo único em todo este processo. Nenhuma universidade pode exigir aos alunos que tomem uma decisão antes do dia 1 de Maio. Para que a escolha seja o menos condicionada possível. No caso da Mafalda, ainda não percebi bem qual é a cronologia, pois a selecção para os programas de Doutoramento é menos standardizada. Neste momento, só quero mesmo é que despachem as candidaturas. Depois, logo se vê.


1 comentário:

  1. A Catarina já fez algumas entrevistas online.
    E já está a preparar o curriculo.
    Não sei quem anda mais nervoso - se ela ou eu.
    A ideia dela agora está a fixar-se em Hong Kong (Hong Kong University ou Hong Kong University of Science and Tecnology).
    Boas universidades e com um atractivo muito especial - o namorado estuda lá em Hong Kong.

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