segunda-feira, 19 de setembro de 2016

No melhor pano cai a nódoa

Fomos, no fim de semana, ver o novo filme de Clint Eastwood, Sully, que conta a história, baseada em factos reais, do avião da U.S. Airways que em Janeiro de 2009, minutos depois de ter levantado voo do aeroporto La Guardia, em New York, teve que fazer uma aterragem de emergência no rio Hudson. Gostei muito. Claro que gostei: filme de Clint Eastwood, com o Tom Hanks, NY como pano de fundo, um final feliz garantido. Como não? 

Mas a verdade é que já não consigo ver um filme de Clint Eastwood, um actor e realizador de que sempre gostei, que já nos deu filmes como Invictus, Gran Torino, Million Dollar Baby, Mystic River, para mencionar apenas os que me lembro de cabeça, sem pensar que é hoje um dos mais notáveis "simpatizantes" de Donald Trump. Apesar de nunca ter declarado um apoio formal (que eu saiba), por várias vezes enalteceu o personagem. Como é possível admirar o que quer que seja neste energúmeno?

Tenho muita dificuldade em separar completamente o homem da sua obra. O homem-artista do homem-político. A verdade é que perdi uma parte do respeito intelectual/artístico que tinha por ele, porque, para mim, só uma enorme dose de estupidez, imbecilidade ou ignorância explicam o apoio à candidatura de um escroque ignorante e racista a presidente dos Estados Unidos. Como se costuma dizer, "no melhor pano cai a nódoa", mas o senhor Eastwood should know better!

2 comentários:

  1. Eastwood julgo que não só já declarou o seu apoio formal à criatura alaranjada como até terá aparecido em acções de campanha.
    A veia de cowboy, de justiceiro, de Dirty Harry, ainda por ali anda.

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