sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Road trip II

28 de Agosto de 2016. Saímos de Urbana, Illinois com destino a Minneapolis, Minnesota. Foram pouco mais de 7 horas a conduzir, 810 km percorridos. Desta vez a condução foi ligeiramente partilhada, apesar de a maior parte do caminho ter estado por minha conta. Chegámos já de noite e fomos directamente para o hotel. O move-in estava marcado para o dia seguinte, às 3 da tarde. Sabia que era a última noite com ele, e que no dia seguinte iria finalmente começar esta aventura que se chama Universidade.

Chegámos ao Dorm um pouco antes da hora marcada e tivemos sorte, não estava ninguém a descarregar. Eu pessoa organizada, confesso que adoro esta obsessão americana por estabelecer regras para tudo. Uns dias antes, recebi um email a descrever exactamente o que iria acontecer e como é que as coisas se deveriam passar: sabíamos o que trazer e não trazer para o Dorm; sabíamos quando e onde parar o carro; sabíamos que assim que chegássemos o Miguel era suposto ir fazer o check-in enquanto eu, com a ajuda de alunos-trabalhadores, descarregava as malas e tudo o resto do carro para carrinhos que estavam ali no passeio à espera da tralha; sabíamos que assim que a tralha estivesse descarregada me dariam um "passe" e as indicações necessárias para chegar ao parque onde podia estacionar o carro durante umas horas, enquanto voltava ao Dorm e ajudava o Miguel a instalar-se. E tudo aconteceu exactamente como previsto. 

Depois de o ter ajudado a fazer a cama e a arrumar as coisas no quarto, despedi-me e deixei-o sozinho para que pudesse falar um pouco com o seu roommate (um americano de origem chinesa que me pareceu bastante introvertido e low profile) e fosse conhecer o pessoal do seu piso. Quando saí do elevador no r/c percebi logo que tínhamos tido muita sorte. Estavam dezenas de miúdos e pais e carrinhos à espera de vez para subir num dos 4 elevadores. 

Mais tarde, nesse dia, encontramo-nos e fomos jantar juntos. Como ele já estava cheio de planos para o dia seguinte, que naturalmente não me incluíam, combinámos encontrarmo-nos logo de manhã, tomar o pequeno-almoço e depois cada um ia à sua vida, o que para mim significava conduzir umas centenas de Km de volta para casa. Desta vez sozinha.

E assim foi. E claro, no momento da despedida, eu (pessoa de lágrima muito fácil) mais parecia uma Maria Madalena, a chorar baba e ranho. E assim foi grande parte do regresso a casa, num processo catártico que me deixou exausta. Cada vez mais, nada será como dantes e não tem sido fácil este ajuste à nossa nova realidade, em que a casa está mais vazia e o meu coração ainda anda meio apertado. Será que alguma vez me vou voltar a sentir leve e solta? 








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