domingo, 25 de março de 2018

Spring break

Ah, Ah, Ah ...

 



Foi assim este ano. Em casa e com neve. E tivemos a visita do nosso amigo Ivan, meio Carioca, meio Paulista, que é uma excelente companhia e um óptimo cozinheiro!

Pensamento positivo: Talvez tenha sido o último nevão deste Inverno ... 
 

sábado, 24 de março de 2018

March for ...


March for Life vs. March for our lives

Muito diferente. Mas à vista desarmada, para os mais desatentos ou menos informados, pode parecer a mesma coisa. Vivemos na era dos slogans e dos sound bytes, da mensagem rápida e eficaz, onde cada palavrinha vale muito. E neste caso, falamos de coisas muito diferentes.

March for life são as tradicionais manifestações contra o aborto. Muito frequentes nas últimas décadas, principalmente em momentos eleitorais ou quando algum Estado ou o governo federal legisla sobre esta matéria. Mas não só. Em algumas cidades, normalmente pequenas cidades, algumas destas manifestações existem em permanência em frente às clínicas onde se fazem abortos. São normalmente promovidas e apoiadas por republicanos conservadores e organizações religiosas cristãs.

March for our lives são as manifestações que hoje decorrem um pouco por todo a América (e não só), mas principalmente em Washington DC, onde convergiram milhares de pessoas, contra a violência causada pelas armas (gun violence). Os seus mentores iniciais foram estudantes da Florida, sobreviventes do último massacre numa escola de Parkland, mas rapidamente receberam o apoio de muitos políticos, grupos anti-armas, intelectuais e artistas. As fotos aéreas de algumas destas manifestações são impressionantes pela mancha humana que mostram, mas não nos iludemos, a América profunda é maioritariamente pro-guns, e já nos mostraram que são igualmente capazes de se mobilizarem, ainda que normalmente não em manifestações de rua.

Acabei de ir buscar a Matilde à que foi organizada aqui em Urbana-Champaign, pequena, como seria de esperar, mas ainda assim bem concorrida, apesar de estar muito frio e a nevar à horas ... 

quarta-feira, 14 de março de 2018

Café Paradiso

No outro dia um blogger partilhava os seus locais preferidos para trabalhar (em Lisboa) e revi-me muito no que dizia sobre o quanto gosta de trabalhar em certos locais públicos e como cada vez é mais fácil e há mais gente a fazê-lo neste mercado laboral global e tecnológico. E não, não estou a falar de bibliotecas, apesar de haver muitas que são bem simpáticas e convidam mesmo a que nos sentemos a ler e/ou a escrever.

Ele referia-se a trabalhar em cafés, e foi com isso que me identifiquei. Não é qualquer café, naturalmente. Têm que ser simpáticos, calmos, com bom ambiente, boa música de fundo, boa comida e principalmente bom wi-fi. Gosto muito da ideia de estar sózinha acompanhada. Urbana, apesar de ser uma cidade pequena, como tem uma população universitária muito grande, tem vários cafés que preenchem muito bem os requisitos (salvo, talvez, a parte da "boa comida", mas isso é um caso perdido neste país!)
 
Infelizmente tenho um trabalho em que tenho que estar fisicamente no gabinete, todo o dia de segunda a sexta, caso contrário acho que seria muito feliz a trabalhar em alguns destes cafés. Em Urbana,  o meu preferido é o café Paradiso. Muito despretensioso e colorido, com um certo ar vintage que lhe é dado pela mobília em madeira toda desemparelhada, como se tivesse sido re-aproveitada (e muita foi) dos mais variados sítios. Nos primeiros tempos, antes de começar a trabalhar, passava lá uma boa parte da manhã quase todos os dias. Actualmente só consigo ir aos fins de semana e vamos muitas vezes. Tenho pena de não ir mais!






quinta-feira, 8 de março de 2018

O tempo voa


O tempo voa, depressa demais. Sei que este é um tema recorrente por aqui, o que é normal já que é um tema recorrente na minha cabeça, quase uma obcessão. 

Ainda agora começaram e já vão quase a meio. Falo da passagem do Miguel pela Universidade e da Matilde pela High School. Ambos estão a mais de meio do segundo ano num total de quatro. A matemática não engana. Sei que é tudo relativo e que a minha percepção da passagem do tempo é muito diferente da percepção deles. Para eles não passa depressa demais, apenas passa à velocidade normal. E eu digo-lhes aquilo que os pais dizem vezes sem conta aos filhos: “quando tiveres a minha idade vais perceber”. E eles encolhem os ombros e dizem, “lá estás tu outra vez com essa conversa”, e eu respondo “não é conversa é a realidade”. E eles voltam a encolher os ombros, mas já não dizem nada. 


Se tudo correr como é suposto, daqui a 2 anos e meio é a vez da Matilde ir para a Universidade e isso vai representar uma mudança radical na minha vida. Ao fim de muitos anos, mais de um quarto de século,  a viver com os filhos e para os filhos, vou ter que re-aprender a viver sem a sua presença (física) diária. Não quero que isso seja um drama, mas sei que vai ser um bocadinho, e nada como estar preparada para enfrentar a "síndrome do ninho vazio". O meu lado racional lá vai tentando argumentar que não vale a pena sofrer por antecipação, e que até lá muita coisa pode ainda acontecer, mas o meu lado melodramático tem muita força...


E a verdade é que não faz mal nenhum começar a pensar nisso, explorar várias possiblidades e começar a traçar um plano, se o fizer consciente que terá que ser um plano flexivel, para se ir ajustando à realidade à medida que esta vai acontecendo. Assim há partida, diria que tenho coisas que jogam a meu favor e outras nem tanto.  


Tenho uma vida profissional que me satisfaz. Não tenho um daqueles empregos super-importantes, que determinam ou têm a capacidade para mudar a vida das pessoas, ou do qual muita gente depende, mas sinto-me uma privilegiada. Levanto-me (quase) todos os dias com vontade de me arranjar, sair de casa e ir trabalhar. Gosto do que faço, tenho uma excelente relação e muito respeito pela pessoa a quem reporto, dou-me bem com a maior parte dos meus colegas. Tenho um círculo de amigos com quem posso contar, e com quem convivo de forma regular, algo que é absolutamente essencial ao meu bem-estar e equilíbrio.


No reverso da medalha, tenho um marido que viaja muito, às vezes por períodos longos de tempo, o que significa que passarei muito tempo sózinha. Ajuda trabalhar a tempo inteiro e ter um trabalho com um ritmo muito intenso. Ajuda ter amigos com quem posso sair para ir jantar ou ao cinema. Mas haverá necessariamente muitos momentos em que estarei sózinha, e isso é algo com que terei que saber lidar. Quando a altura chegar talvez consiga fazer algumas mudanças que me permitam viajar mais com o Rui, o que seria excelente. Talvez consiga transitar para um regime laboral com um horário mais flexível ou beneficiar de licenças sem vencimento de curta duração, que me permitam mais tempo off. Logo se vê, mas isso é algo em que tenho pensado. 


Outra coisa que também não joga a meu favor é o facto de não ter um hobbie, uma habilidade especial para desenvolver uma actividade extra-laboral que me preencha e me ocupe de forma sistemática. Não sou especialmente habilidosa de mãos, não trato as novas tecnologias por tu, não sou do tipo desportivo. Mas tenho algumas ideias que começam a germinar, mas que ainda estão num estado tão embrionário que não merecem destaque!

Não estou obcecada por isto, tento concentrar-me no presente e aproveitá-lo ao máximo, mas também não vivo com a cabeça enterrada na areia. E principalmente, não quero acordar um dia, olhar à minha volta e pensar: Mas que raio me aconteceu?

segunda-feira, 5 de março de 2018

Cheesecake

Quem sai aos seus não degenera! Na sua fase adolescente, a Mafalda adorava fazer doces e tinha imenso jeito. De tal maneira que ficava sempre a seu cargo tal tarefa. Tinha 2 especialidades - o bolo de chocolate e o cheesecake. Depois cresceu e o gosto esmoreceu um pouco, pelo que hoje faz quando lhe pedem e se os astros estiverem todos devidamente alinhados!

Mas eu sou mesmo uma sortuda, e quando o gosto de uma esmorece, o da outra floresce. Parece que voltei a trás no tempo, e ainda dizem que a História não se repete! 

Ontem, a Matilde fez pela primeira vez o cheesecake que a Mafalda tantas vezes fez, para levarmos para casa dos nossos amigos onde nos juntámos para ver os Óscares. E, claro, foi um sucesso, porque estava para lá de delicioso. Ficam as fotos para registar o momento histórico e para vos fazer inveja!






Para os interessados, a receita do cheesecake é o da Leonor de Sousa Bastos - Flagrante Delícia. Quem gosta de cheesecake tem mesmo que experimentar este. Eu adoro e nunca comi nenhum tão bom. Hands down!

sexta-feira, 2 de março de 2018

E se ...

No outro dia, vindo não sei de onde, a Matilde perguntou-me se eu acredito na ideia de que a nossa vida está pre-determinada, e eu respondi imediata e inequivocamente que não. E é a mais pura das verdades. Não acredito que as coisas estejam pre-determinadas e não acredito no "destino". Acredito que as coisas acontecem em consequência de escolhas/decisões conscientes ou inconscientes das pessoas enquanto seres autónomos, e que uma escolha condiciona todas as que se seguem, seja nas coisas grandes, seja nas pequenas.

E às vezes, confesso, levo as coisas um bocadinho ao exagero, nesta ideia de achar que tanta coisa depende das escolhas que se fazem. Acho que a maior parte das pessoas pensará nas consequências das suas decisões quando estão em causa coisas importantes. Mas eu penso nisto mesmo quando estão em causa as decisões mais banais. 

Por exemplo, posso ir para o meu trabalho por 2 caminhos diferentes, muito semelhantes em termos de distância e duração da viagem, pelo que é verdadeiramente indiferente se vou por um ou pelo outro. E muitas vezes de manhã, quando chego à bifurcação em que tenho que decidir se vou em frente ou viro à esquerda (principalmente nos dias em que apanho o semáforo vermelho que me obriga a parar), penso na escolha que vou fazer, e penso no quão poderá condicionar tanta coisa no meu futuro. Tipo, e se decidir virar à esquerda e mais à frente tiver um acidente que me deixa toda feita num oito? Coisa que não aconteceria se tivesse decidido ir em frente. 

Outra coisa que me fascina é esta coisa do "e se ...". Tenho a vida que tenho porque as coisas aconteceram de uma determinada maneira, mas e se ... ? E se eu/os meus pais não tivessemos decidido que eu ia tirar a carta ao ACP quando fui? Não teria conhecido o Rui, não nos teriamos casado, os meus filhos não existiriam, eu estaria a viver noutro sítio e a fazer uma coisa completamente diferente. E o mais incrível é que às vezes são escolhas aparentemente inofensivas que acabam por determinar tanto coisa importante nas nossas vidas.