sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Em modo de espera

Com a ida do Rui a Paris tivemos que suspender por uma semaninha o nosso programa dos últimos tempos ao serão - ver 1 episódio de Breaking Bad. Que série genial! Já foi considerada a melhor série de sempre. Não sei se é a melhor de sempre, mas não tenho dúvidas de que é uma das melhores séries que já vi em televisão. Obrigada, Miguel!

Não é uma série levezinha, daquelas que se vê ao fim do dia, para descontrair antes de ir para a cama. É tudo menos isso. É forte, intensa, muitas vezes violenta e que, com algum humor negro à mistura, nos deixa ora incrédulos, ora em sobressalto (às vezes num sobresalto incrédulo!). Um argumento brilhante, absolutamente imprevisível, que gira à volta de um incrível conjunto de personagens. 

Num resumo (muito resumido) conta a história de um Profesor de Química do Ensino Secundário que, quando lhe é diagnosticado cancro do pulmão, resolve começar a "cozinhar" metanfetamina para arranjar um pé de meia jeitosinho para a família sobreviver sem problemas quando ele morrer, e acaba por se transformar num implacável traficante de droga.

A série, composta por 5 temporadas, acabou em 2013. Nós estamos a ver a última temporada. E é viciante. Há 2 noites atrás, quase em desespero, o Miguel perguntou: Mãe, sabes há quantos dias não vemos um Breaking Bad? Eu cá tenho aproveitado para pôr em dia todas as outras séries que têm ficado em modo de espera à conta deste nosso último vício! Mas, confesso, já estou a ficar com um nervoso miúdinho!



terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Uma grande família

Enquanto crescia não tive uma família grande. A minha mãe é filha única. O meu pai tem 2 irmãos, mas a irmã mais velha casou-se com um brasileiro e viveu toda a sua vida em São Paulo. Só veio a Portugal 2 vezes e nunca sequer conheci as suas filhas. Cresci, por isso, com um tio e uma tia e 2 primos, para além dos pais, irmã e avós, claro. Mas tinha pena de não ter uma família maior. Daquelas com muitos tios e primos, que em datas festivas se reúnem à volta da mesa. Com muita comida e muito barulho. 

Outro dos meus lamentos de infância, era não ir passar as férias grandes a casa dos avós. Sempre vivi com os meus avós maternos e os paternos viviam a 3 Km de distância, nas Casas Novas. Visitava-os todos os Domingos, mas nunca fiquei a dormir em casa deles. Agora que penso no assunto, é um bocado estranho. Mas foi assim.

Felizmente, os meus filhos têm uma família bem maior, e apesar das distâncias, bastante presente. E todos os Verões da sua infância foram para Coimbra, para casa dos avós, onde ficavam uma boa parte das férias. Espero que tenham ficado com muitas e boas recordações da Bencanta, dos Combatentes e da Quinta! Estou a falar no passado, mas a verdade é que ainda hoje passam uma grande parte do Verão na Bencanta. E gostam muito. Sempre gostaram. São uns felizardos, mas provavelmente ainda não se aperceberam disso. Há coisas que só em retrospetiva se percebem.

E depois, têm (temos) a sorte de ter esta outra grande família. A dos amigos de sempre. Que foram chegando e ficando, e com o passar dos anos e a partilha de muitos momentos, se tornaram nisso mesmo - na nossa outra grande família. Teria sido bom saber, quando estava a crescer, que um dia iria ter uma grande família!


(Os Pratas Jorge)

(Os Fernandes)


(Os compadres)

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Paris, Paris!

Daqui a uns dias o meu excelentíssimo marido ruma a Paris, em viagem de trabalho. E isso levou-me numa viagem back in time, em busca de momentos que estavam adormecidos na minha memória. Já lá não vou há muito tempo, que a visita relâmpago de 2013, a aproveitar uma escala de 6 horas no aeroporto Charles de Gaulle, não conta!

Mas começando pelo princípio, a primeira vez que lá fui foi em 1988, com o Rui. Foi uma das paragens da nossa viagem de inter-rail. Na verdade, fomos lá 2 vezes nessa viagem. À ida e à volta, que a cidade merecia e ficava em caminho. Na altura adorei! Ficámos no parque de campismo e andámos por todo o lado. Num dos últimos dias, reunimos todos os tostões que ainda nos restavam e fomos jantar na esplanada de um restaurante italiano nos Champs Elysees. Pedimos o prato mais barato do menú, esparguete à bolonhesa! Infelizmente, as fotos que tenho dessa viagem são tão más que não fazem jus aos momentos vividos. 

Depois, voltámos lá em 1990, com os meus pais. Na altura, já estávamos em Minneapolis e no Verão, quando fomos a Portugal, regressámos aos USA a partir de Paris. Fomos de carro, no Renault 19 que o meu pai tinha na altura, e ficámos lá uns dias, que os meus pais não conheciam a cidade. Ao rever as fotografias dessa viagem tive uma surpresa: não me lembrava nada de a minha irmã e o Carlos terem ido connosco, mas lá estão eles, que as fotografias não mentem. Tenho quase a certeza que não fizeram a viagem de carro connosco, pelo que deviam estar de férias em França e foram ter connosco.



Em Maio de 2003, aproveitando uma conferência do Rui, voltámos. Eu estava muito grávida da Matilde. A Mafalda foi connosco. O que mais recordo desta viagem é o entusiasmo dela, então com 9 anos, naquela que foi a sua primeira viagem ao estrangeiro com os pais. Subimos à Torre Eiffel. Fomos ao Louvre ver a Mona Lisa. Estivemos numa fila infindável, que lentamente ía passando em frente ao pequeno quadro, protegido por um vidro à prova de bala. Passeámos nos Champs Elysees e em Montmartre. Lembro-me que um dos sítios que ela mais gostou foi o Centro Georges Pompidou. 

Depois, só voltei a Paris em 2013, com o Miguel e a Matilde, numa visita à japonês. Chegámos ao aeroporto Charles de Gaulle de madrugada, vindos dos USA. Como estávamos sem as malas e tinhamos 6 horas de espera à nossa frente, resolvemos ir de metro até à Torre Eiffel. Estava um dia cinzento e um frio de rachar. Tirámos umas fotos para a posterioridade e voltámos a correr para o aeroporto, que o avião para Lisboa não esperava! 


Claramente, está na altura de lá voltar! 


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Fim-de-semana

Há fins-de-semana que cansam. Este último foi um bom exemplo. Mas foi um cansaço bom! Começou Sábado de manhã com a festa-de-fim-de-época-do-voleyball-da-escola-da-Matilde. Houve pequeno-almoço e jogo entre pais e filhas, que os pais ganharam 3-0! Foi bem divertido! Tenho que treinar o meu serviço, mas fora isso até consegui apanhar e passar umas bolas! E depois do exercício físico, pizza para todos que havia muitas calorias a repôr!

 (CMS - Volleyball 2014/2015)

Ao fim do dia de Sábado, tivemos amigos portugueses a jantar em nossa casa, aproveitando a vinda de um deles a Urbana-Champaign. Fiz lombinhos de porco assados no forno, que a última remessa de bacalhau ainda está a demolhar! Como sempre, houve muita conversa, invariavelmente sobre o estado da nação (portuguesa). E quando todos se foram embora e a cozinha estava arrumada, instalei-me no sofá a ver o último episódio de Parenthood (ver post anterior!). 

Domingo de manhã, eu e o Rui fomos ao ginásio, o que me deixou exausta! Recomecei esta semana e estas primeiras vezes são um martírio. Não é preciso muito para ficar toda dorida e com vontade de passar as horas seguintes estendida no sofá! Em contrapartida o meu excelentissimo marido está em grande forma. O seu ritmo e força de vontade são verdadeiramente impressionantes. Acho que lhe passaram ao lado as recentes notícias que vi na comunicação social de que muito exercício físico faz mal à saúde. Ou então não, mas deve achar que é o poderosíssimo lobby dos sedentários (esses malandros) a infiltrar falsas notícias no espaço público!

A meio da tarde fomos ao cinema ver Still Alice, que me deixou com um aperto no coração. É um filme que abala. Poderoso e angustiante, com a brilhante e linda Julianne Moore. Conta a história de Alice, uma linguista de referência, professora universitária em New York, casada e mãe de 3 filhos já adultos, a quem, aos 50 anos, é diagnosticada uma forma rara e precoce de Alzheimers. Assistimos ao aparecimento dos primeirso sintomas. Aos pequenos truques que Alice cria para os combater e depois à inevitável e dolorosa progressão da doença, que aos poucos a vai esvaziando de tudo o que a identificava e definia.  Acho que as expressões "não me lembro" ou "esqueci-me" nunca mais terão o mesmo significado. Não aconselhável a quem tenha esta malvada doença na família...
 

E ao final do dia, chegaram 2 amigas da Matilde que vieram para um sleepover, aproveitando o facto de hoje não terem aulas, graças ao feriado do President's day.  Mas nem todos têm a mesma sorte. A Universidade não observa este feriado federal, pelo que para mim, para o Rui e para a Mafalda é business as usual! Felizmente, estou numa fase em que gosto tanto do meu trabalho e do meu local de trabalho que as Segundas de manhã não custam nada!

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Parenthood

Vi ontem o último episódio (de sempre) de Parenthood. Já passou há umas semanas mas só agora o vi. Confesso que esta última série não me entusiasmou por aí além. Achei-a mais fraca, mais previsível. As histórias de algumas personagens arrastaram-se mais do que seria necessário.  Claramente, tinha chegado o momento do pôr um ponto final na série. Mas ao contrário do que estava à espera, gostei muito deste último episódio. Finais felizes, romantismo q.b.! Uma grande produção, com cenários muito bonitos e uma excelente banda sonora. E mais não vou revelar que não faço ideia em que episódio vão em Portugal!


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Este ano todos os caminhos vão dar a Washington DC

Este ano, se tudo correr como planeado, irei lá 2 vezes. O que me deixa muito feliz! Quando lá fui a primeira vez, há muitos anos, mais de 20, tive uma boa surpresa. Sempre imaginei que seria uma cidade administrativa, cinzenta, com edifícios governamentais e gente engravatada. Afinal é uma cidade espaçosa, luminosa, cheia de jardins, museus e monumentos, que fazem parte do nosso imaginário. Quantas cenas de filmes ou séries já foram gravadas na escadaria do Lincoln Memorial? Quantas vezes já vimos a fachada da Casa Branca ou a do Capitólio ou a do Supreme Court?  Quantas vezes já ouvimos falar no Smithsonian, um complexo de museus verdadeiramente espectacular (e gratuito!).




A primeira vez que lá estive foi em 1992. Sei que a história não se repete. Esta não se repetirá, certamente. Mas recorda-se! Era Dezembro. Estava muito frio. Passeámos muito. Matámos saudades. Dias inesquecíveis.





Este ano, se tudo correr como planeado, irei lá 2 vezes. Uma no Spring Break, em família e outra em Agosto, sózinha, em trabalho. Com as idas a Portugal no verão e no Natal, resta-nos a semaninha de férias a meio do segundo semestre para irmos para fora, cá dentro. Conhecer este país imenso, em que há um pouco de tudo, para todos os gostos. Tantos sítios espectaculares para conhecer!

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Com o meu frio podem vocês bem, certo?

Constou-me que está muito frio em Portugal. A minha mãe queixou-se. Os jornais falam disso. Tanto frio que, se calhar, até vai nevar no Algarve! Por aqui, não tem estado melhor, como devem imaginar. Há 2 dias atrás, quando saímos de casa, de manhã, por volta das 8 horas, estavam -17º. Estava frio, muito frio. Mas cruzámos-nos com muitos miúdos a ir a pé para a escola. Com tipos a fazer jogging e até com uma vizinha a passear o cãozinho!

A verdade é que isto do frio é muito relativo. Se estão 5º em Lisboa está um frio de morrer. Aqui, nesta altura do ano, é praticamente uma onda de calor! Ontem de manhã refilei com o Miguel, que foi sem casaco para a escola (só com uma sweat shirt). De manhã não há problema, que vai de carro comigo. Dentro da escola também não, que está aquecida (muito aquecida, queixa-se ele, à vezes). O pior é quando as aulas acabam e vem a pé para casa. Ainda são pelo menos 15 minutos a andar. A resposta dele foi: "Não preciso de casaco. Quando sair da escola vão estar 2º!"  

E esta incrível onde de calor continua. Hoje esteve um dia lindo. Muito Sol e uns loucos 9º! Uma maravilha! 




quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Pescadinha de rabo na boca

Se não tens história de crédito, não te dão um cartão de crédito. Se não tens cartão de crédito, não consegues construir a tua história de crédito! 

Só agora, um ano e meio depois de aqui chegar, consegui quebrar este círculo vicioso. Só agora consegui ter um cartão de crédito. Não é que me faça muita falta, mas, às vezes, dá jeito. Para fazer compras online, de que, aos poucos, me vou tornando fã, ou para fazer check in num hotel, ou para alugar um carro. 

Nos Estados Unidos, muita coisa está dependente da tua história de crédito. Se não tens, não consegues ter crédito. Quando comprámos a nossa casa, por exemplo, o banco não me emprestou dinheiro. Não tinha história de crédito. O empréstimo ficou só em nome do Rui. A casa é nossa, mas a dívida é só dele! 

E como se consegue construir uma história de crédito? Os jovens muitas vezes  começam através dos pais, que autorizam o banco a emitir um cartão em nome dos filhos. E à medida que estes vão usando o crédito de forma responsável, a sua história de crédito consolida-se, permitindo-lhes, mais tarde, pedir um empréstimo para comprar um computador. Depois um carro. Uma casa. E por aí fora.

No meu caso, abri uma conta bancária, onde o meu ordenado é depositado todos os meses e que mantive com um saldo médio o mais elevado possível. Ao fim de alguns meses, 9 meses para ser exacta, o banco deu-me um cartão de crédito, com um limite de crédito muito baixo. Durante os próximos meses, vou usar apenas uma parte desse crédito e pago a totalidade no final do mês. E daqui a uns meses, quando o "sistema" perceber que sou uma pessoa de bem, vai ser o banco a andar atrás de mim, a impingir-me mais um cartão, com um limite de crédito superior e mais não sei quantas "vantagens". 

A história de crédito de cada um é mantida por umas quantas agências que funcionam a nívea nacional  e que a disponibilizam a quem tem que tomar a decisão de conceder ou não  crédito a pessoas ou empresas, seja bancos ou outras entidades. Está tudo lá. Big brother is watching you!