quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Experiência universitária


Nos Estados Unidos é muito frequente, mesmo muito frequente, os filhos saírem de casa dos pais quando entram na universidade, mesmo que frequentem a universidade na cidade onde os pais vivem. Vão para dormitórios, para fraternities ou sororities, para quartos alugados ou partilham um apartamento. Acham que só assim vivem verdadeiramente a experiência universitária. Com liberdade e autonomia. Ainda que isso signifique menos mordomias do que aquelas que muitas vezes têm em casa dos pais. 

É claro que as universidades estão preparadas para isto. Têm dormitórios que acolhem milhares de alunos. Por exemplo, aqui na University of Illinois, um campus que atualmente tem um pouco mais de 30.000 alunos ao nível undergraduate, existem 21 dormitórios, que acolhem quase 8.000 alunos. Há dezenas de fraternities e sororities, que acolhem cerca de 2.400 alunos.

Qualquer umas das opções é cara. Viver num dormitório, por exemplo, custa mais de $ 10.000 por ano (inclui o quarto e alimentação completa). E a este valor acresce o valor das propinas, muito mais caras do que as propinas em Portugal. Mas os americanos começam bem cedo a preparar-se financeiramente para esta fase da sua vida. Se não o conseguem fazer, endividam-se. Se os pais não têm capacidade ou vontade para o fazer, endividam-se os filhos. É quase tão natural como para nós é pedir dinheiro emprestado ao banco para comprar uma casa.

É também frequente os jovens trabalharem em part-time enquanto tiram o curso. A própria universidade promove este tipo de trabalho, empregando muitos deles. São estudantes que, em grande parte, garantem o funcionamento das bibliotecas, das reprografias, das cantinas, das instalações desportivas, e de muitos outros serviços. Se não trabalham na Universidade, trabalham em restaurantes, bares e lojas, um pouco por toda a cidade. Uns fazem-no por necessidade, outros porque querem ter alguma independência económica em relação aos pais.

Eu gostaria muito de ter tido esta experiência universitária. Será que vamos ter condições para a proporcionar aos nossos filhos, se eles a quiserem? 

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