quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Não há regra sem excepção

O Miguel fez 16 anos e oferecemos-lhe (nós e os meus pais) uma televisão para o quarto dele, algo que vai contra o que sempre defendi. Sempre achei que não era boa política ter várias televisões em casa, muito menos nos quartos. Deve haver uma televisão em casa e todos temos que a partilhar, num exercício familiar que nos obriga a negociar, fazer concessões e a respeitar os outros. (Na verdade, esta regra já tinha sido anteriormente violada. No Restelo, tínhamos uma pequena televisão na cozinha, que servia essencialmente para eu ver as notícias enquando estava a cozinhar, e que nunca competiu seriamente com a televisão da sala).

Mas isto de educar não é uma linha recta. Nem tudo é preto ou branco. Temos que permanentemente avaliar as circunstâncias e, se necessário, re-avaliar os nossos métodos, as nossas regras e, até, alguns princípios. Os miúdos crescem, o que antes fazia sentido, deixa de fazer. E nós não podemos cair no erro de parar no tempo, de os tratar sempre da mesma maneira.

O Miguel está em plena adolescência. Tem muitos amigos e gosta de estar com eles. Ocasionalmente, já fazem programas, alguns nocturnos. Observando-os, apercebi-me que mais do que ir a sítios públicos, eles gostam mesmo é de se encontrar em casa uns dos outros. É mais confortável. Podem fazer o que realmente gostam: ver filmes e jogar playstation. Pela minha parte também prefiro esta opção! E a nossa casa está sempre disponível. Sempre que querem, vêm. Ultimamente não vinham tanto. A verdade é que a nossa actual casa não têm os atractivos que a anterior tinha. Não havia televisão, nem mesas de jogos no basement. Daí ter decidido que estava na hora de re-avaliar a regra da televisão única. O Miguel sabe que o objectivo é fomentar o convívio, não o isolamento. Acho que vai correr bem. Ele sabe que eu vou estar atenta e que esta nova regra pode mudar a qualquer momento. Entretanto, que aproveite!



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