sábado, 28 de junho de 2014

The Middle

Já aqui fiz uma brevísima referência a esta série de televisão, mas acho que merece mais do que isso, quanto mais não seja porque tem sido a minha companheira fiel dos últimos serões. Como só me apercebi da sua existência muito recentemente (obrigada, Nanda!), tenho aproveitado o marasmo televisivo próprio do Verão para ver os episódios mais antigos, em dose dupla diária!

The Middle é uma série cómica (sitcom) que, com uma total ausência de glamour, conta as aventuras e desventuras de uma família americana do Midwest, classe média baixa, composta por pai, mãe e 3 filhos. Nesta série, não há gente bonita e bem vestida. Não há casas, nem bairros imaculados. Não há escritórios sofisticados, nem profissionais bem sucedidos. Há uma família "normal", que vive numa pequena cidade do interior, numa casa  (quase) sempre desarrumada e a precisar de manutenção, e com hábitos alimentares que deixam muito a desejar.

A mãe é a personagem principal e a narradora. Anda sempre a mil, num stress permanente. Acha que tem a obrigação de levar a família às costas e de apagar todos os pequenos fogos que vão surgindo no dia a dia. Chega sempre a correr do trabalho, tenta organizar a casa e a vida dos filhos, de uma forma ligeiramente obsessiva e controladora, raramente o conseguindo

O pai trabalha numa empresa de construção (acho eu ...) e sempre que pode (sempre que o deixam) instala-se no sofá da sala a ver televisão. É o membro da família mais calmo e equilibrado, e sempre que é preciso lá se envolve na complicada dinâmica familiar, normalmente apoiando a mulher e "chamando-a à razão" quando ela entra naquela espiral de loucura em que, às vezes, caem os obsessivo-controladores (até parece que sei do que estou a falar...)

O filho mais velho é um adolescente completamente nas tintas para tudo o que se passa à sua volta. Desleixado, passa a vida a resmungar e a implicar com tudo, principalmente com os irmãos. É popular na escola, tem jeito para o desporto, mas nos estudos faz o mínimo necessário, muitas vezes com a ajuda da mãe e até do irmão mais novo.

A filha do meio é super bem intencionada, sempre pronta a ajudar. Entusiasma-se com tudo mas, coitada, não tem jeito para nada. Está sempre a tentar inscrever-se em actividades, ser eleita para este ou aquele cargo. Nunca consegue, mas também nunca desiste. Tem muito boa onda!

O filho mais novo é muito introvertido e frequentemente esquecido pelo resto da família. É muito inteligente mas socialmente inapto. Não tem amigos, está sempre a ler, o que o distrai de tudo o resto que é suposto fazer, designadamente os trabalhos de casa, que quase sempre acaba a fazer, à última da hora, com a ajuda da mãe.

A série tem aquele lado moralista, tão típico das séries americanas. Tudo acaba sempre bem. No fim do dia, todos aprendem as lições que são supostos aprender. Mas dá-nos um retrato muito realista da família americana da classe média e é muito, muito divertida. Não aquele divertido de nos fazer dar gargalhadas sonoras. Mas um divertido de nos pôr um sorriso na cara e nos fazer passar um bom bocado em frente à televisão.  

 

Por fim, uma palavrinha para o genérico, que me chamou logo a atenção - uma estrada em linha recta, sem fim, com um campo de milho de um lado e um campo de soja do outro. Não podia ser melhor. É que o Midwest americano é isto mesmo, sem tirar nem por (para terem um ideia, metade do Estado de Illinois - uma superficie superior à de Portugal -  é ocupado com campos de milho e de soja). 

Sei que passa em Portugal, não sei em que canal. A ver!



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