quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Dentro da cabeça de uma mulher

A velocidade com que passamos de um pensamento para outro, num encadeamento nem sempre perceptível ou sequer lógico, é verdadeiramente avassalador. Num minuto apenas, somos capazes de construir vários enredos, de fazer inveja aos realizadores mais criativos. Acontece-me muitas vezes dar por mim a pensar: Porque é que estou a pensar nisto? De onde é que esta ideia me veio? Como é que aqui cheguei?

Morreu recentemente o pai de uns amigos nossos de Coimbra e dei por mim a pensar que recentemente temos "perdido" alguns funerais. E daí pus-me a pensar que há 20 anos atrás, quando aqui vivemos pela primeira vez, perdemos vários casamentos de amigos. E depois os baptizados da miudagem que foi nascendo. E que loucura, alguns destes miúdos, a cujos baptizados faltámos, já são adultos, alunos universitários. Como é que é possível? E parece que vão todos para Farmácia. Será que Farmácia é o Direito do Século XXI? E nem percebo porquê, parece que o negócio das farmácias já teve melhores dias. Olha a prima do Rui que há 10 anos atrás trabalhava onde queria e agora está desempregada. Mas eles lá sabem. Ou então não ... E será que ao menos têm um Bar tão fixe com nós tinhamos em Direito? Com os melhores (e mais oleosos) pastéis de carne de que há memória. E por falar em pastéis de carne, ainda bem que o Daniel nos deu a provar aquelas empanadilhas do Farmer´s Market. Quentinhas são uma delícia. Será que vai haver na festa de anos da Beatriz? Está quase. De certeza que o Daniel não se vai esquecer do sucesso que elas fizeram no último almoço em sua casa. Esta semana, sem falta, tenho que telefonar à Cecília para ver se ela quer comprar qualquer coisa em conjunto, sempre dá para comprar alguma coisa melhor. E ela sempre deve ter alguma boa ideia, que eu já dei para prendas de bebé. Há demasiado tempo que não jogo nesse campeonato. E ainda bem. Tão bom podermos ir ao cinema sem ter que arranjar baby-sitter ... 

E por aí fora. Num encadeamento (quase) infinito. Até que algo ou alguém nos interrompe a divagação com alguma coisa do tipo, "Mãe, sabes onde está o carregador do meu telemóvel? Tenho a certeza que estava aqui." E logo agora que estava a pensar que filme gostaria de ir ver este fim-de-semana ...

1 comentário:

  1. Adorei, é bem assim mesmo, eu tenho esses pensamentos interligados e quando chego a um cômodo da casa, me pergunto, ¨o que vim fazer aqui mesmo?¨ ... Tanta
    coisa fervilhando na cabeça! beijo

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