terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Nós não celebramos o Natal!


Isto de ser de um país em que a esmagadora maioria da população é católica, considerando como católicos não só os praticantes, mas todos aqueles que são culturalmente católicos, faz com que se assuma que todos os que nos rodeiam celebram o Natal, e que portanto, neste momento, estão já imbuídos do espírito natalício que nós tão bem conhecemos e cultivamos! E que é assunto obrigatório em toda e qualquer conversa!

Ora, aqui isso não corresponde minimamente à realidade! Há muitas pessoas e muitas famílias que, não sendo cristãs, não celebram o Natal.  Desde logo, os Muçulmanos e os Judeus, que representam uma  fatia considerável da população.


Um destes dias, estando eu a tomar um café com uma amiga, e a falar sobre a nossa (muito próxima) viagem a Portugal, logo lhe perguntei quais eram os seus planos para o Natal. Se iam viajar, se iam receber a família aqui, quais eram as suas tradições. Ao que ela laconicamente respondeu “we don’t do Christmas”, acrescentando, após uma breve pausa, “we are jews”. Facto que eu sabia, mas que não relacionei ... Como se celebrar o Natal fosse uma realidade universal! 

Tenho que ter mais cuidado, para não ferir susceptibilidades! Mas cheira-me que vou cometer muitas gaffes ... o que deixa o Rui muito nervoso!

Os Judeus não celebram o Natal, mas já celebraram o Hanukkah (entre 27 de Novembro e 5 de Dezembro), que não sendo a mais importante festa judaica, é a que ocorre mais perto do Natal. E por isso, para além do cumprimento das tradições que a caracaterizam (como por exemplo, o progressivo acender do candelabro de nove braços durante os 8 dias que dura o Hanukkah), tem sido também um momento de troca de prendas, principalmente entre as crianças. Que ninguém resiste ao "espírito" da época!

http://coatbridgeonline.net/wp/wp-content/uploads/2013/11/hanukkah.jpg



sábado, 14 de dezembro de 2013

Os estereótipos são lixados


Há uns dias atrás, tomei conhecimento das dificuldades que uma família portuguesa, recém emigrante, tem encontrado na sua nova vida. Da sua tristeza por estar longe, da sua dificuldade em se adaptar à realidade e estilo de vida do país para onde foi, causada sobretudo pela descriminação que insidiosamente os atinge nas coisas mais banais do dia-a-dia. Que os exclui e isola. E estamos a falar de uma família da classe média, que vive numa capital europeia, num país rico e desenvolvido.

E isso fez-me olhar novamente e melhor para a minha/nossa vida. Para a forma como fomos (somos) recebidos e tratados desde que aqui chegámos há 4 meses atrás. A verdade é que desde o primeiro dia me senti muito bem vinda aqui em Urbana. Uma cidadezinha perdida no Midwest americano, em que a maior parte das pessoas pouco ou nada sabem sobre Portugal e os portugueses. Mas isso não é (até agora não foi) motivo para os deixar de pé atrás. Antes pelo contrário. Fazem perguntas. Têm curiosidade.  

As pessoas são muito simpáticas. Arrisco mesmo dizer, excessivamente simpáticas. Confesso que, muitas vezes, não estou à altura de tanta simpatia! Cansa um bocadinho ... É verdade que muitas destas manifestações de simpatia são absolutamente superficiais, não passam de conversa de circunstância, não resistem ao teste do tempo.  

Mas algumas são genuínas.  Vêm de pessoas que nos batem à porta a perguntar se está tudo bem e se precisamos de alguma coisa. Que nos convidam para as suas casas. Que nos querem conhecer melhor. Que nos ajudam a resolver os pequenos problemas do dia-a-dia e, às vezes, as minhas dúvidas existenciais. 

Os professores do Miguel e da Matilde estão genuinamente satisfeitos de os ter nas suas aulas. Por eles e pela diversidade cultural que a sua presença representa. Sobretudo os professores da Matilde têm sido inexcedíveis nos seus esforços para a ajudar, a todos os níveis. Nunca a ignoraram, nunca caíram na tentação de a pôr de lado, por acharem que ela não iria entender o que o resto da turma estava a fazer.  Entusiasmam-se e entusiasmam-na com os seus progressos. Todos os dias.  

E tudo isto se passa na América, supostamente povoada por indivíduos egocêntricos, arrogantes e com a mania da superioridade. De facto, os estereótipos são uma coisa lixada!



quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Duas actualizações

A este post - Frio, frio, muito frio - para vos dizer que hoje de manhã quando o meu despertador tocou, às 7:00 horas, estavam -19º. Agora, 2 horas depois, estão - 16º. E vai ser sempre a subir até aos -4º! Para depois voltar a descer ...

E a este post - Decorações de Natal -  para vos mostrar uma das super-produções natalícias que uma família, que mora não muito longe de nós, ostenta orgulhosamente no seu jardim. Não me canso de lá passar! E pergunto a mim própria, o que será que move estas pessoas? Será prazer ou exibicionismo?




terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Em contagem decrescente

Já estamos em contagem decrescente para as férias do Natal. De hoje a uma semana estarei a fazer as malas e a olhar constantemente para as minhas listas, para ver se não me esqueço de nada. Esforço inglório, eu sei. Esqueço-me sempre de qualquer coisa! Não raras vezes, de coisas importantes. No dia da viagem confirmo vezes sem conta que tenho o bilhete do avião e o passaporte. Tenho este pesadelo recorrente de chegar ao balcãozinho do check-in e, de repente, perceber que não os tenho comigo! E não partir ...

O dia da viagem vai ser muito longo e muito cansativo. Começa com uma viagem de carro, de cerca de 2 horas, de Urbana até Indianapolis, onde vamos apanhar o primeiro avião, que nos levará até Filadélfia. De Filadélfia seguiremos até Amsterdão e depois até Lisboa. No total, serão cerca de 20 horas de viagem (carro, avião e esperas).

Infelizmente, há cada vez menos voos diretos entre Portugal e os Estados Unidos, e do Midwest (de Chicago ou Indianapolis ou St. Louis) não há nenhum. Temos sempre que fazer 1 ou 2 escalas, numa ginástica complicada com o objectivo de conseguir uma viagem o mais curta possível a um preço razoável, que isto de fazer deslocar uma família de 5 não é nada barato!

Mas de certeza que vai compensar! Estamos todos entusiasmados com a ida a Portugal. Vão ser 16 dias intensos, entre Lisboa e Coimbra. Entre a família e os amigos. São muitos os sítios onde queremos ir e muitas as pessoas com quem queremos estar. Muitas almoçaradas e jantaradas. Vai ser bonito, vai!

E já sei que vai saber a pouco. Os dias vão voar. Vamos ter pouco tempo para estar com cada pessoa. Eu vou ter que gerir várias agendas ao mesmo tempo. Leva um, trás o outro. Cada combinação requer sempre vários telefonemas e/ou sms. Já estou cansada e ainda nem as malas fiz! Mas já fiz (quase todas) as compras de Natal! Estou em crer que vou bater o meu recorde!


domingo, 8 de dezembro de 2013

Frio, frio, muito frio


Tem estado muito frio e hoje, finalmente, nevou!



(A nossa rua, a nossa casa, o nosso arbusto)

Nos últimos dias as temperaturas estiveram sempre negativas, de dia e de noite, tendo chegado várias vezes aos -12º. Os dias são curtos, muito curtos. O pôr do sol tem sido por volta das 16:30. Às 17:00 é completamente de noite!

Não dá para andar na rua, excepto o mínimo essencial para nos deslocarmos, de carro, de um lado para o outro e sempre equipados com bons casacos, luvas, gorros e cachecóis. É claro que há sempre os que desafiam as leis da natureza e continuam a andar de bicicleta, ou a sair à rua para passear os cãezinhos ou fumar o seu cigarro!

Mas dentro de casa, as temperaturas estão sempre muito agradáveis (às vezes quentes de mais, como na escola da Matilde onde ela passa o dia de manga curta!), pelo que a vida continua sem grandes sobressaltos. Na verdade, na maior parte do tempo, sente-se menos frio do que em Portugal, onde ainda há muitas casas e espaços públicos que não são aquecidos. 

As aulas e o trabalho acabam cedo. O frio e o anoitecer cedo convidam a ficar em casa. Os serões são longos. Há tempo para tudo.

E tenho que confessar uma coisa, prefiro este frio ao calor excessivo. Aquele calor húmido de Agosto, que me deixa sem energia para fazer o que quer que seja, que me faz sentir peganhenta e rabujenta. Isso sim, deixa-me desesperada, resmungona, impossível de aturar!


quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Decorações de Natal

Este ano não vamos fazer a árvore de Natal. Porque teriamos que comprar uma árvore e a respectiva decoração, e daqui a uns meses teriamos mais 1 ou 2 caixotes para mudar! E porque vamos passar o Natal a Portugal, onde espero que as casas estejam devidamente engalanadas para nos receber!

Por outro lado, o presépio que nos tem acompanhado nos últimos anos está encaixotado. E como não faço ideia em que caixote está, nem me atrevo a procurar!

(Por esta altura já todos perceberam a fobia que desenvolvi relativamente ao tema "caixotes", certo?)


(foto do Natal de 2011)

Mas temos algumas (pequenas) decorações de Natal, para tornar a nossa casa um pouco mais Natalícia! Nada que se compare às verdadeiras super-produções que algumas famílias exibem nos seus jardins, fachadas, janelas, telhados, mas enfim ...







Mas não é a mesma coisa! Falta o ritual de fazer a árvore de Natal, que simboliza o início da época Natalícia. Tradicionalmente em nossa casa, fazíamos a árvore de Natal no dia 1 de Dezembro, aproveitando o feriado (bons velhos tempos!).  Aqui, normalmente o pessoal faz a árvore de Natal a seguir ao Thanksgiving. Fazê-la antes é, para muitos, considerada uma inaceitável antecipação do Natal, quase uma ofensa ao Thanksgiving! 

Como se costuma dizer, "cada macaco no seu galho": Outubro é o mês do Halloween; Novembro é o mês do Thanksgiving; e Dezembro, claro, é o mês do Natal! E ainda dizem que há (havia) muitos feriados em Portugal ... Aqui, desde meados de Outubro que tem sido non-stop, acabamos uma celebração e logo temos outra à porta!


terça-feira, 3 de dezembro de 2013

American High School


O Miguel está a usufruir e a aproveitar em pleno a sua american high school experience!

Para ele a mudança não podia ter sido maior: de um pequeno colégio privado em Lisboa para uma enorme escola secundária pública nos Estados Unidos - Urbana High School. E o rapaz está a aproveitar ao máximo! As óptimas instalações e equipamentos. Os clubes, as actividades extra-curriculares e, claro, o desporto escolar, cuja dimensão e organização não tem qualquer comparação com o que existe em Portugal. É nas escolas que se começam a formar os futuros atletas olímpicos e das ligas profissionais de desporto. Tudo (quase) gratuito, incluindo os livros escolares, que lhe foram entregues no primeiro dia de aulas.

A organização do ensino secundário é completamente diferente. Em primeiro lugar, não se escolhe uma área de estudo, o que para o Miguel foi muito bom, pois estava muito indeciso. Pelo contrário, para obter o high school diploma tem que se completar, ao longo de 4 anos, um conjunto de créditos em todas as áreas do conhecimento. Os críticos deste sistema alegam que os alunos se dispersam demasiado, mas eu continuo a achar que não faz sentido ter que escolher uma área aos 15 anos. É demasiado cedo para fazer uma escolha que vai condicionar enormemente o nosso futuro. 

Depois, a maioria das cadeiras são oferecidas em dois níveis: o normal e o avançado, sendo que para mais tarde se aspirar a ser admitido numa boa universidade é fundamental fazer o nível avançado de todas ou quase todas as cadeiras, com boas notas. Regra geral, trabalha-se mais, há mais trabalhos de casa, mais papers e projectos, mais testes, mas o nível de exigência e profundidade, mesmo nos cursos avançados, é inferior ao que existe em Portugal. O Miguel não está a ter nenhuma dificuldade, apesar de ter “aterrado” aqui há cerca de 4 meses e estar a estudar numa língua que não é a sua língua materna.

Por fim, a organização do horário é completamente individual. Cada aluno tem um counselor que o ajuda a construir o seu horário. Há um conjunto de cadeiras obrigatórias e um enorme leque de opcionais, que cada um escolhe consoante as suas preferências e aptidões. Mas mesmo as cadeiras obrigatórias são oferecidas a diferentes horas, em dois níveis diferentes (normal e avançado), por professores diferentes, pelo que cada aluno escolhe ir à aula que melhor encaixa no seu horário. Isto faz com que não hajam turmas fixas. O Miguel tem cada uma das suas aulas com pessoas diferentes, ou seja, com aquelas que escolheram ter a mesma disciplina à mesma hora e ao mesmo nível. Alguns colegas coincidem em mais do que uma aula, mas a maioria não. A grande desvantagem deste sistema é a maior dificuldade em conhecer os colegas e fazer amigos. Por isso, no início, foi fundamental ter entrado na equipa de futebol. Foi aí que fez os primeiros e, até agora, melhores amigos. Claro que com o passar do tempo, vai conhecendo outras pessoas e diversificando as suas amizades. Sem problemas também nesta frente!



A Mafalda teve alguns colegas da Secundária do Restelo que estudaram durante um ano lectivo nos Estados Unidos através de um programa de intercâmbio que se chama AFS -  http://www.intercultura-afs.pt/estudar-no-estrangeiro//. Vale a pena dar uma vista de olhos!

domingo, 1 de dezembro de 2013

Sinais da minha (aparente) americanização # 2


Chegar a casa de alguém e (naturalmente) descalçar os sapatos à entrada!


 

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

E foi assim o nosso Thanksgiving

Começou cedo. De amanhã, ainda em nossa casa, fiz o arroz e preparei as batatinhas para, mais tarde, serem assadas no forno. A Mafalda, como sempre, ficou encarregue da doçaria e não desiludiu! Fez um bolo de chocolate (a sua receita habitual - da avó do marido de uma amiga minha!) e uma tarte de maçã (receita da Leonor de Sousa Bastos, a sua chef favorita).

Em casa da Cecília e do Tom (que vivem na downtown Champaign, num apartamento muito giro, num edifício recuperado que já foi um templo massónico!), o perú, recheado com stuffing, feito de castanhas, vegetais variados e especiarias, foi para o forno por volta do meio-dia. Leva 5 longas horas a atingir o ponto!  

Nós chegámos por volta das 2 da tarde. E a partir daí foi muita conversa, com música de fundo, interrompida por (ocasionais) choros de bebé. Entradinhas diversas, que até incluiram o saudoso "tremoço" que a Cecília conseguiu encontrar num supermercado internacional! 

O jantar começou por volta das 6 da tarde: o perú assado, acompanhado por cranberry sauce, batatinhas assadas, arroz e salada. Para sobremesa, ao bolo de chocolate e tarte de maçã, juntaram-se uma salada de fruta e uma pumpkin pie.  

O final da noite foi a jogar dominó!


(Não consegui fotografar o perú inteiro. Quando dei por ele já estava assim!)




segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Sunday Brunch





Foi ontem, em nossa casa, com uma família da Catalunha (nem pensar em dizer que são uma família de Espanha!) que, como nós, decidiram recomeçar do outro lado do Atlântico. São tantas as afinidades!

Um casal, com 2 filhos. Viviam em Barcelona. Ela arquitecta e professora universitária. Ele publicitário, a trabalhar por conta própria. Ela teve uma oferta de emprego na University of Illinois em Urbana-Champaign e decidiram arriscar. Saír da sua zona de conforto, como agora se diz! As coisas não estavam a correr tão bem como estavam habituados, por causa da crise. Sempre a crise.

O filho mais velho é colega do Miguel na High School. Jogam futebol juntos. Foi, assim, que nos conhecemos.

E esta é a parte que eu mais gosto nesta nossa aventura – a possibilidade de conhecer pessoas novas. De conversar, descobrir de onde vêm, o que faziam antes, porque razão aqui estão e o que desejam para o futuro. E se tivermos sorte, encontraremos algumas com quem quereremos partilhar momentos da nossa vida futura. Porque há sempre espaço para novos amigos!

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Thanksgiving


Estamos em contagem decrescente para o Thanksgiving, um dos mais importantes feriados nacionais nos Estados Unidos. E como as Universidades e as escolas encerram por alguns dias, o entusiasmo à sua volta é enorme.

O primeiro Thanksgiving remonta a 1621, ano em que um grupo de Pilgrims se reuniu, à volta de uma mesa, para celebrar e agradecer terem conseguido sobreviver mais um duro inverno e o sucesso das colheitas. Tornou-se feriado nacional em 1863, em plena guerra civil, por decisão de Abraham Lincoln.  

Actualmente, celebra-se na 4ª quinta-feira do mês de Novembro e marca o início da holiday season, que se prolongará até à passagem do ano. 

É um fim-de-semana prolongado, em que as famílias se reúnem, o que significa uma gigantesca movimentação de pessoas em todo o país. A confusão nas auto-estradas e nos aeroportos, os atrasos dos aviões, tudo agravado pelo mau tempo que nesta altura do ano já se faz sentir um pouco por todo o norte do país, são um clássico desta época. 

Tudo começa com um grande jantar na 5ª feira, uma mesa grande, toda decorada, em que não pode faltar o tradicional perú assado recheado, puré de batata doce, baked potatos, legumes e saladas, tarte de abóbora e tarde de maçã (a minha favorita, sempre!).

Nós vamos jantar com os outros portugueses que vivem em Urbana-Champaign – a Cecília, casada com o Tom, australiano e a sua bebé Amy de 8 meses e o Daniel, casado com a Christine, canadiana, e a sua bebé Beatriz de 2 meses. É um grupo muito simpático, em que tentamos falar inglês, para que o Tom e a Christine não se sintam deslocados, mas em que invariavelmente acabamos a falar alto, sobre Portugal e em português! Nada a fazer!

Este ano o jantar será em casa da Cecília e do Tom. O perú já está encomendado. Cozinhá-lo está a cargo do Tom. O resto das tarefas estão divididas. Vai ser divertido. Será o início de uma "nova tradição"?

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A minha "prima ballerina"


A Matilde adora dançar. Em Lisboa, teve aulas de ballet durante 3 anos. Em Junho passado, depois do espetáculo final, anunciou que aqui não queria continuar no ballet. Que queria experimentar outro tipo de dança. Menos clássica. 

Nestes primeiros meses decidimos não a inscrever em atividades extra-curriculares. Pensámos que o mais importante era aprender a falar bem inglês  e que esta missão iria consumir todas as suas energias (para além, claro, das tarefas normais da escola – testes, trabalhos de casa, projetos, etc.). Por outro lado, não sabendo ainda falar bem a língua, pensámos que seria difícil para ela gerir mais este espaço de interação com terceiros. Que só a iria stressar desnecessariamente. 

Não podíamos estar mais errados! É que a miúda precisa mesmo de dançar! Não passa um dia que não se feche no quarto a ensaiar coreografias de músicas que ouve no you tube! Para ela a dança não é uma fonte de stress. É algo que a faz feliz, muito feliz! 

E, por isso, já fizemos uma aturada pesquisa de mercado, já assistimos a umas quantas aulas e já escolhemos a escola/estúdio onde a vamos inscrever para, em Janeiro, começar as tão desejadas aulas de dança, mais precisamente de dança jazz! E só este plano a deixa com um sorriso estampado na cara!




segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Vida empacotada

Uma grande parte das nossas coisas estão empacotadas na garagem e no basement da nossa actual casa – uma casa que alugámos por um ano a um casal de professores universitários que está em licença sabática na costa leste.




Não tenho dúvidas que tivemos muita sorte em ter à nossa disposição uma casa completamente mobilada e equipada, onde nos instalámos no dia em que chegámos a Urbana-Champaign. Sem ter que procurar, sem ter que comprar coisas à pressa.

Mas tenho saudades das nossas coisas! Daquelas que sobreviveram o processo de selecção que fizemos antes de partir e que aguardam a mudança para a nova casa para verem a luz do dia! Esta mudança obrigou-nos a fazer isso – escolher, decidir aquilo com que queríamos realmente ficar e que valia a pena trazer connosco.

Quem me conhece sabe que não sou nada de acumular tralha. Mas ainda assim, ao fim de 18 anos a viver em Lisboa, é incrível a quantidade de coisas que tínhamos. Muitas delas eram coisas que não precisávamos, que quase nunca usámos, de que nem sequer gostávamos muito. Todas estas ficaram pelo caminho, juntamente com outras que, por razões práticas, não valia a pena trazer connosco.  

Irão certamente dar lugar a outras coisas, coisas novas, pelo menos novas para nós, que aqui há muitas lojas de artigos em segunda mão, onde se encontram verdadeiras preciosidades a bons preços - no outro dia comprei uma mesinha de apoio em madeira, numa loja vintage em downtown Champaign, que foi amor à primeira vista. 

É bom, de vez em quando, fazer esta limpeza e renovação! E, a seguir, começar tudo outra vez!

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Parabéns, Miguel!




Foi há 15 anos atrás que este miúdo nasceu! Em Lisboa, no Hospital S. Francisco Xavier, com 3,695 Kg e 50 cm de altura. Uns minutos depois, deitado ao meu lado numa maca, no corredor, já estava a mamar sofregamente, como se já o tivesse feito muitas vezes e, por isso, soubesse exactamente o que fazer!

O tempo passou, tão, mas tão depressa! Já é um adolescente. Giro, por dentro e por fora, generoso, independente, responsável q.b., com sentido de humor. Benfiquista de alma e coração, que ninguém é perfeito!

 





quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Stay at home mom


Tradicionalmente, o universo da maternidade divide-se entre as mães que trabalham fora de casa e são remuneradas por isso e aquelas que ficam em casa a cuidar dos filhos, sem direito a qualquer remuneração. Aos 47 anos e com três filhos crescidos, estou a viver pela primeira vez esta última realidade. E talvez porque o ano passado foi muito difícil e cansativo, em todos os aspectos, está a saber-me muito bem! 

A possibilidade de ir, todos os dias, buscar a Matilde à escola, às 3 da tarde. De a acompanhar nos trabalhos de casa e nos passeios e lanchinhos que, às vezes, nos damos ao luxo de fazer, assim a meio da semana, só porque sim.  Poder ir ver os jogos de futebol do Miguel às 4 e tal da tarde, ou de o ouvir na galhofa com os amigos, no basement da nossa casa, depois das aulas. Estar em casa quando a Mafalda aparece para almoçar ou ir com ela fazer uma ou outra comprinha a meio do dia, tem sido um prazer e um privilégio.


Sei que não vai durar muito tempo e, se calhar, também por isso é que tem sido tão bom. Em breve, quando as rotinas estiverem todas estabelecidas e as burocracias tratadas, sei que novos desafios me esperam e que os vou receber de braços abertos. Mas, para já, I am a stay at home mom com todo o gosto!

terça-feira, 12 de novembro de 2013

A primeira neve

Foi hoje! Quando acordámos estavam - 7º C e tudo branquinho! Mas a neve ofusca o frio! 

De manhã muito cedo, quando o dia está a começar e ainda não se vê vivalma na rua, a neve é de uma enorme beleza. Depois, aos poucos, as pessoas e os carros vão deixando as suas marcas e lá se vai a magia. 

Fica o frio, muito frio! Neste momento, a meio do dia, estão zero graus e isto é o mais quente que vamos ter hoje. Mas está um lindo dia de sol! 










sábado, 9 de novembro de 2013

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Coisas de que tenho saudades # 2


Peixe. Grelhado, assado, cozido, de qualquer maneira, que não sou esquisita. 

Por aqui, peixe fresco é praticamente sinónimo de salmão, que infelizmente não reúne o consenso em nossa casa. 

Bacalhau salgado não há. Na verdade, no outro dia, depois de muito procurar, encontrei umas embalagens de bacalhau salgado, num supermercado internacional, mas era "Made in China". Achei estranho. Não comprei. Mas um destes dias, arrisco. Quanto mais não seja dará para fazer um bacalhau com natas ou espiritual!

Assim, ficamos reduzidos ao atum (enlatado), que comemos com alguma frequência e de variadas maneiras. Na verdade, podiam ser mais variadas, mas até agora ainda ninguém reclamou! 

O engraçado é que quando vivíamos em Lisboa, a nossa alimentação já era largamente dominada pela carne, mas o peixe estava ali, disponível. E quando apetecia, era fácil satisfazer a vontade. Era uma questão de escolha e não uma imposição.

Como diz o ditado, "o fruto proibido é o mais apetecido"! 

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Outono # 2

As cores são irresistíveis! A pé ou de carro, parece que estou a entrar num quadro ou num cenário.  

Estas fotos foram tiradas no Domingo, à tarde, num parque perto da nossa casa. É assim o Outono no Midwest! Quando não está enevoado e a chover, como hoje ...