domingo, 12 de janeiro de 2014

E agora as férias!


A chegada a Lisboa não foi auspiciosa. Eram 3 da tarde de um dia chuvoso e nessa manhã tinha havido greve no Metro. A 2ª circular estava o caos. E num ápice lá se foi a visão romântica da cidade que quem está fora vai construindo e retendo no seu imaginário!

Foram dias muito intensos. Entre a família e os amigos. Entre Lisboa e Coimbra. Uma correria. Conseguimos estar com quase toda a gente que queríamos ver. Infelizmente não tanto tempo como gostaríamos. Soube a pouco o tempo que estivemos com cada um(a). Mas ainda assim soube muito bem!

À boa maneira portuguesa quase todos os encontros aconteceram à volta de uma mesa. Muitos almoços e jantares! Mais os 80 anos do meu sogro, umas Bodas de Prata de uns amigos, a ceia de Natal, o almoço de Natal, o Fim d´Ano. Muita comida. Come-se muito bem em Portugal, todos sabemos. Em casa e fora!

Logo no dia em que cheguei tive um cheirinho do que iam ser os dias seguintes. Jantar com 2 amigas (e umas quantas crianças) no Vasco da Gama. O sítio não era o ideal, mas isso foi (como quase sempre) completamente secundário.  Depois, enquanto uma delas foi com a  criançada ao espetáculo de Natal da Rádio Comercial, fiquei com a outra à conversa. Havia muita conversa para pôr em dia, apesar do enorme cansaço que sentia da viagem.  

No dia seguinte fui ao “meu” escritório rever as pessoas com quem tive o enorme privilégio e prazer de trabalhar durante muitos anos. E foi como se tivesse lá estado no dia anterior! Só que agora sem a preocupação de ter que resolver os problemas (sempre urgentes) dos clientes, sem ter uma série de telefonemas e e-mails em atraso, sem ter prazos a chegar ao fim. Estava tudo na mesma, excepto a “minha” secretária que estava ocupada por outra pessoa! Ouvi os desenvolvimentos de algumas histórias antigas, ouvi histórias novas de velhos clientes. Tudo me soou familiar, mas ao mesmo tempo muito distante ... Fomos almoçar todos juntos, como sempre fizemos ao longo dos anos para celebrar momentos importantes.

Num outro dia da semana seguinte, fui almoçar com a Rita, amiga e colega de escritório. Que saudades dos nossos almoços no pronto-a-comer do Castil e das nossas conversas sem fim. Partilhámos o mesmo gabinete durante 18 anos, sabíamos (quase) tudo da vida uma da outra. Não obstante as nossas diferenças, criámos uma enorme cumplicidade, de que sinto muita falta. Na verdade, conversar com a Rita tornou-se quase uma terapia! Durante muitos anos sempre me referi a ela como sendo “a minha colega de escritório”, até que me apercebi quão redutora era essa descrição.  
 
Ainda em Lisboa, fui ao Careca comer um croissant (e comprar 2 para o Miguel). Fui às Amoreiras, o meu centro comercial preferido. Fui ao Piazza di Mare, mas como era de noite perdi o melhor que aquele sítio tem. A vista deslumbrante sobre o rio Tejo e a ponte 25 de Abril. Fui à Loja das Conservas, na Rua do Arsenal, um espaço novo de venda de conservas nacionais. Não houve tempo para muito mais. Principalmente não houve tempo para ir ao Chiado, o coração da cidade, onde gosto muito de ir.

Em Coimbra, normalmente não vamos a sítios. Estamos com pessoas. Apesar de ter muita vontade de visitar o “novo” Museu Machado de Castro. Mas ainda não foi desta. Estamos com a minha família, a quem todo o tempo que passamos lá sabe sempre a pouco e estamos com  o nosso grupo de amigos, de longa data, dos tempos do liceu e da Faculdade. Nesta altura do ano, o ponto alto é a Passagem d´Ano, que fazemos juntos há décadas!

Os miúdos adoraram estar com os primos (grandes e pequenos), com os avós e com os tios. E com os amigos. E foi bom ver que o  fizeram de uma forma muito saudável e natural. Espero que apesar da distância consigam manter e fortalecer estes laços, pelo menos alguns deles, que outros irão naturalmente esvanecer-se, tal como se esvaneceriam se continuássemos a viver em Portugal. É assim a vida. 

1 comentário:

  1. Também gostei de matar saudades desses almoços em que a Paula, boa ouvinte, me aturava e às minhas dúvidas existenciais ou mais triviais. Vamos tentando, mesmo assim, estar à distância de um clique, mas não é definitivamente a mesma coisa...

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