sexta-feira, 14 de março de 2014

A inveja é uma coisa muito feia

Daqui a uns dias, o Rui vai a Portugal. Faz parte do júri de um concurso do Técnico e vai participar numa das reuniões do júri. Fica uma semana. Dá para estar com a família, ver alguns amigos e ainda consegue dar um salto a Coimbra (consta-me que até já tem uma jantarada combinada ...). E nós cá em casa estamos todos com inveja desta semana que sabe a férias!

Na verdade, sempre tive um pouco de inveja da vida profissional do Rui. Ele trabalha muito (muito mesmo!), mas tem um enorme prazer naquilo que faz. E para além de fazer o que gosta, o que só por si é um grande privilégio, goza de uma autonomia quase total na gestão do seu trabalho. 

Com excepção das aulas que dá, cujos horários tem que cumprir e que lhe impõem uma série de responsabilidades a que não pode fugir, (quase) tudo o resto faz com uma enorme autonomia e flexibilidade. Sem ninguém a supervisionar, a chatear ou a dar palpites! Ninguém controla a que horas chega ou sai do gabinete. Se trabalha na universidade, em casa, ou em qualquer outro local. Não tem que obedecer a nenhum dress code. Escolhe livremente os seus colaboradores e os seus alunos de doutoramento. Investiga e escreve o que quer, vai às conferências que entende (de entre aquelas para as quais é convidado). Viaja bastante, muitas vezes com tudo pago, o que já lhe permitiu conhecer muitos países em vários continentes.

É certo que nem tudo são rosas. Muitas vezes os alunos são fracos, o que para qualquer professor é desmotivador. Há obrigações que são chatas, mas que tem que ser cumpridas, (como por exemplo corrigir trabalhos e exames, avaliar artigos para publicação, fazer relatórios para isto e para aquilo, participar nesta ou naquela reunião). O que ganha não permite fazer fortuna. Mas sempre achei que o balanço é francamente positivo. Uma boa vida, como eu costumo dizer, com inveja! 





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