No post anterior referi que nos Estados Unidos há muitas mulheres que optam por ficar em casa depois de ter filhos. Quero esclarecer que não analisei estatísticas, nem estudos científicos sobre este assunto. Confiei na minha percepção, formada com base naquilo que vou observando e ouvindo. Tudo muito empírico, portanto.
E, tal como afirmei anteriormente, uma das razões que me parece justificar esta realidade é o facto de, regra geral, as famílias, na sua dimensão mais restrita (casal e filhos) viverem relativamente longe dos seus familiares, o que faz com que não tenham a rede de apoio que estes proporcionam e que é (ainda) tão frequente em Portugal, onde principalmente os avós têm, muitas vezes, um papel fundamental na educação dos netos. Tomam conta deles, vão buscá-los à escola, colaboram no "leva e trás" das actividades extra-curriculares, e por aí fora.
Quando os americanos falam na sua família (family) referem-se exclusivamente ao seu núcleo duro, casal e filhos. Quando querem referir-se aos restantes familiares, sejam avós, irmãos, tios, sobrinhos, primos, etc. usam o termo relatives. Nós não fazemos esta distinção. Em bom português, família inclui toda a gente!
E é no seio da family que os americanos vivem o seu dia-a-dia. Com os relatives só estão de vez em quando. Às vezes, uma ou duas vezes por ano (normalmente, no Thanksgiving ou no Natal e uma ou outra vez no resto do ano). O que não é de admirar se pensarmos na dimensão do país e na enorme mobilidade das pessoas. Não raras vezes, a família encontra-se dispersa por diferentes Estados, a milhares de quilómetros de distância uns dos outros. E quando assim é, não é fácil, nem barato, fazer reuniões familiares.
Uma das ocasiões em que me apercebi disto foi nas festas/eventos da escola. Em Portugal, as festas da escola dos meus filhos estavam sempre cheias de avós, o que às vezes até criava um problema logístico. O ginásio onde normalmente decorriam as festas não era muito grande e não aguentava tanto familiar devoto! Aqui, nunca vi os avós de nenhuma colega da Matilde.
As cenas familiares que tantas vezes vemos em algumas séries americanas - Brothers and Sisters ou Parenthood, por exemplo - têm muito pouco a ver com a realidade do país e das famílias americanas. Na verdade, os famosos jantares na casa da Nora Walker, que frequentemente reuniam a família toda à volta da mesma mesa, só porque sim, são pura ficção!
Quando os americanos falam na sua família (family) referem-se exclusivamente ao seu núcleo duro, casal e filhos. Quando querem referir-se aos restantes familiares, sejam avós, irmãos, tios, sobrinhos, primos, etc. usam o termo relatives. Nós não fazemos esta distinção. Em bom português, família inclui toda a gente!
E é no seio da family que os americanos vivem o seu dia-a-dia. Com os relatives só estão de vez em quando. Às vezes, uma ou duas vezes por ano (normalmente, no Thanksgiving ou no Natal e uma ou outra vez no resto do ano). O que não é de admirar se pensarmos na dimensão do país e na enorme mobilidade das pessoas. Não raras vezes, a família encontra-se dispersa por diferentes Estados, a milhares de quilómetros de distância uns dos outros. E quando assim é, não é fácil, nem barato, fazer reuniões familiares.
Uma das ocasiões em que me apercebi disto foi nas festas/eventos da escola. Em Portugal, as festas da escola dos meus filhos estavam sempre cheias de avós, o que às vezes até criava um problema logístico. O ginásio onde normalmente decorriam as festas não era muito grande e não aguentava tanto familiar devoto! Aqui, nunca vi os avós de nenhuma colega da Matilde.
As cenas familiares que tantas vezes vemos em algumas séries americanas - Brothers and Sisters ou Parenthood, por exemplo - têm muito pouco a ver com a realidade do país e das famílias americanas. Na verdade, os famosos jantares na casa da Nora Walker, que frequentemente reuniam a família toda à volta da mesma mesa, só porque sim, são pura ficção!
Eu acho que essa coisa da família grande, viver todos meio perto, se calhar é uma coisa latina. O Brasil também é um país grande, mas acho que a maneira como vivemos a família parece com a portuguesa, sem pensar muito vamos construindo nossas raízes sempre perto... bem, eu sou uma clara exceção!
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