Em Portugal, esta é acima de tudo uma questão económica. Dos 2 lados. Do lado do empregador (as famílias), normalmente, quem pode, tem. É comum, muito comum, as famílias das classes média e alta terem
empregadas domésticas (uma evolução das antigas criadas). A tempo inteiro ou parcial. Todos os dias ou só
alguns dias por semana. Algumas, têm empregadas
internas. Do lado do trabalhador, quem precisa, é. E há, de facto, um conjunto grande de pessoas, acima de tudo mulheres, com baixas qualificações, que precisam que haja procura para este tipo de trabalho.
Nós tivemos durante 15 anos a Emília. Começou a trabalhar em nossa casa uns meses antes do Miguel nascer e ficou até nos virmos embora. Começou a tempo parcial, pouco tempo depois ficou a tempo inteiro e nos últimos anos, quando o Rui teve o primeiro corte no ordenado, voltou a trabalhar a tempo parcial. Conhecia a nossa casa e as minhas/nossas manias como ninguém. Gostava dos miúdos, principalmente do Miguel e da Matilde, de quem tomou conta desde que nasceram, como se fossem da sua família. Eles recordam-na sempre com imenso carinho.
(Em 2004)
(Em 2013, uns dias antes da nossa partida)
Mas nalguns países, ter ou não ter empregada não é uma questão essencialmente económica. No outro dia, li no blog de uma fotógrafa portuguesa - Mariana Sabido - que estava a passar umas semanas na Nova Zelândia em casa de amigos, que, regra geral, lá não há empregadas domésticas. É culturalmente inaceitável que uma pessoa/família não limpe a sua própria sujidade e que pague a alguém de fora para o fazer.
Nos Estados Unidos, pelo menos na parte dos Estados Unidos que conheço, a maior parte das famílias da classe média não têm empregada doméstica (não sei o que se passa com as da classe alta, pois não conheço nenhuma). Mas não têm por razões diferentes, parece-me.
Em primeiro lugar, porque têm um conceito diferente do que é a "lida da casa". São mais relaxados. A casa não precisa de estar assim tão limpa e arrumada. A roupa seca na máquina e a maioria não é passada a ferro. As refeições são menos confeccionadas, compram muitas coisas enlatadas ou pré-cozinhadas, que basta pôr no forno ou no micro-ondas.
Depois, porque há muitas mulheres que não trabalham, que optam por ficar em casa depois de ter filhos. Por várias razões. Desde logo, pelo facto de não existir aqui o tipo de licença de maternidade que existe na maior parte dos países europeus. Aqui as licenças são mais curtas e não são pagas ou são apenas parcialmente pagas. Depois porque não têm o apoio da família, designadamente dos avós, para ajudar a tratar e tomar conta das crianças. E as mulheres que trabalham têm, regra geral, horários muito mais family oriented. Normalmente, por volta das 5 da tarde estão em casa. Muitas optam por trabalhar a tempo parcial. Têm, por isso, mais tempo para tratar da casa.
É claro que há famílias que têm empregada, mas não me parece que sejam a maioria. Nós temos uma cleaning lady (como ela se intitula). Chama-se Debra e tem uma costela lusa - a sua avó materna era portuguesa. Vem uma vez por semana e faz a limpeza geral da casa. No nosso caso, é uma senhora que trabalha por conta própria, mas muitas vezes trabalham para pequenas empresas. Vem no seu carro, trás tudo o que precisa para trabalhar - produtos de limpeza, vassoura, balde, esfregona e aspirador - e cobra à divisão. Até agora tem funcionado bem. Quando eu começar a trabalhar, vamos ver ...
Eu nunca tive empregada. Apenas a D. Manuela que vem 3 horas por semana.
ResponderEliminarGosto disso, gosto de não ter ninguém constantemente em casa. Confesso que não sou nada perfeccionista, não me incomoda muito as coisas não estarem super em ordem, assim vivo bem sem essa ajuda...